Política

Lula projeta ‘testar’ base parlamentar a cada votação no Congresso

‘Do jeito que está a Constituição Brasileira, é o governo que precisa do Congresso’, afirmou o presidente

Foto: EVARISTO SA / AFP
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O presidente Lula (PT) se manifestou nesta sexta-feira 12 sobre a relação de seu governo com o Congresso Nacional, um tema que ganhou tração nos últimos dias após derrotas significativas da gestão federal na Câmara.

Na semana passada, os deputados aprovaram por 295 votos a 136 o projeto de decreto legislativo que derruba as mudanças promovidas pelo governo no Marco do Saneamento. Além disso, um risco de derrota fez o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiar a votação do PL das Fake News, uma das principais bandeiras do Executivo no Parlamento.

“Tem gente que pergunta pra mim: ‘Ô Lula, quantos deputados você tem na sua base?’ Eu falo: 513. Tenho 513 deputados e 81 senadores, e eles serão testados em cada votação“, disse o presidente, nesta sexta, em evento em Fortaleza (CE). “Nenhum deputado é obrigado a votar naquilo que o governo quer, do jeito que o governo quer.”

Segundo Lula, “o deputado pode pensar diferente, pode querer fazer uma emenda, mudar um artigo”, e o governo tem de “entender que isso faz parte do jogo democrático”.

“Não é o Congresso que precisa do governo. Do jeito que está a Constituição Brasileira, é o governo que precisa do Congresso. Por isso, a relação tem que ser civilizada, temos que conversar”, prosseguiu. “Quando você não está no governo, você tem partido, você acha. Mas quando você está no governo, ou você faz, ou você não faz.”

Em meio à tentativa do governo de assegurar uma base, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, defendeu na quinta-feira 11 o repasse de verbas a deputados e senadores por meio das emendas parlamentares.

Segundo o petista, o governo já autorizou o pagamento de quase 4,1 bilhões de reais entre janeiro e abril, ante 2,5 bilhões pagos no mesmo período de 2022 pela gestão de Jair Bolsonaro (PL). O montante leva em conta as emendas individuais e as de bancada.

Já as verbas empenhadas, de acordo com Padilha, chegam a 1,3 bilhão de reais, contra 434 milhões no mesmo período sob Bolsonaro. O empenho representa a liberação para o pagamento, ou seja, significa que o recurso está reservado.

As emendas individuais são impositivas – o governo é obrigado a pagá-las – desde a promulgação da Emenda Constitucional nº 86/2015. Já as emendas de bancada são impositivas desde a promulgação da Emenda Constitucional nº 100/2019.

“É necessário, é democrático e é importante para as políticas públicas. Não se pode criminalizar nem burocratizar a política”, defendeu Padilha, nesta quinta, em postagens nas redes sociais. “É por isso que expandimos em mais de 60% o pagamento de restos a pagar – emendas contratadas até o ano passado, mas que acabaram tomando um calote do governo anterior.”

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