Lula preso é o Brasil preso e a democracia amputada. Leia manifesto

O ex-chanceler Celso Amorim assina a apresentação de uma cartilha do comitê internacional de solidariedade ao ex-presidente

Apoie Siga-nos no

Espalhado por 22 países, o Comitê de Solidariedade Internacional em Defesa de Lula e da Democracia no Brasil preparou uma cartilha, em várias línguas, para explicar os absurdos jurídicos das condenações do ex-presidente. A apresentação do documento, reproduzida a seguir, coube ao ex-chanceler Celso Amorim.

Lula livre, Lula inocente, Lula prisioneiro político. Estas expressões, de tanto serem repetidas, já com voz rouca, podem parecer banais. Não são. E não apenas porque estamos falando de um homem injustamente condenado, com base em acusações sem prova. Mas também porque se trata do ser humano que melhor encarna os sonhos e aspirações mais elevadas do povo brasileiro. Aspirações de justiça, de paz, de igualdade, de liberdade verdadeira, de soberania.  

Pois não foi Lula o presidente que instituiu programas como o Bolsa Família, o Fome Zero, as cotas para negros e pobres, que, pela primeira vez, reduziram a desigualdade de renda e de status, vergonhosas marcas da sociedade brasileira? E não foi Lula, também, quem defendeu nossas riquezas, materiais (como o pré-sal) ou imateriais (como a cultura e a ciência), base da nossa soberania, tão desprezada por grande parte da elite brasileira e, sobretudo, pelos atuais governantes?

Lula preso é o Brasil preso. É a sociedade brasileira privada da capacidade de sonhar. Lula preso é a democracia amputada, vontade do povo esbulhada. Lula solto não é só justiça para um homem inocente. É a restituição da democracia ao povo brasileiro. É a possibilidade de diálogo no lugar do ódio insano que domina o meio político, inclusive entre os que dividem hoje o poder.

Lula livre significa libertar o sonho e a esperança das mulheres, dos negros, dos índios, dos jovens do povo brasileiro, em suma! Por isso lutar por Lula livre não é um capricho de um setor do espectro político, mas a necessidade de um Brasil justo, democrático e soberano.


Não é uma tarefa de uns poucos dirigentes partidários, mas a missão de todos, independentemente de afiliação ou crença, que desejamos viver em um país amoroso com suas filhas e filhos, solidário com outras nações que, como a nossa, enfrentam a luta pelo desenvolvimento e firme contra as pressões externas que buscam nos jogar de volta a um status colonial ou semicolonial, do qual a muito custo emergimos.

Sabemos todos que esta é fundamentalmente uma batalha a ser travada internamente, por meio de mobilizações populares, debates, ações jurídicas e políticas. O êxito dessa luta será, porém, em muito facilitado se pudermos contar com a solidariedade ativa de companheiras e companheiros, amigas e amigos, brasileiros ou não, que vivem em outros países, mas que acompanham o drama brasileiro, conscientes de que aqui não se joga apenas o futuro de um país e de que do destino do Brasil depende, também, em alguma medida, o destino do mundo.

Pela Paz, pela Justiça, pela Democracia: Lula Livre Já!

?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> src="https://i.ytimg.com/vi/uuP4sNSFTbY/hqdefault.jpg" layout="fill" object-fit="cover">

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.