Política

Lula sinaliza para as Forças Armadas e diz que Bolsonaro trata militares ‘como objetos’

Na convenção do PSB, o petista exaltou a aliança com Alckmin, elogiou as cartas pela democracia e defendeu ‘recuperar a normalidade do País’

Lula, Carlos Siqueira e Geraldo Alckmin. Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula, candidato do PT ao Palácio do Planalto, usou parte de seu discurso na convenção nacional do PSB, nesta sexta-feira 29, para defender “respeito” na relação entre o Poder Executivo e as Forças Armadas. O petista afirmou que nunca teve problemas com comandantes militares.

Ele lembrou que as Forças têm suas funções estabelecidas na Constituição e “nunca perguntam para quem ou o porquê da decisão de um presidente, apenas a cumprem”.

“Precisamos estabelecer uma relação de respeito, de que cada um cumpra com suas funções”, declarou o líder das pesquisas eleitorais. “E não ter um presidente que trata as Forças Armadas como um objeto na mão dele. Ele não foi um bom soldado. A gente precisa recuperar a normalidade deste País.

A cerimônia desta sexta em Brasília marcou a oficialização do apoio do PSB à candidatura de Lula e a confirmação de Geraldo Alckmin como postulante a vice-presidente na chapa. No evento, o petista se disse “mais velho, mas muito melhor, com muito mais força e com muito mais coragem de fazer este País acontecer”, em comparação com seus dois governos. Além disso, prosseguiu, “a experiência do Alckmin e a minha vão significar a mais importante revolução pacífica neste País”.

Lula também elogiou a reação de setores da sociedade civil aos mais recentes ataques infundados de Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas. Em três dias de lançamento, a carta em defesa da democracia e do processo eleitoral divulgada pela Faculdade de Direito da USP reuniu mais de 400 mil assinaturas. Entre os signatários há banqueiros, empresários, artistas, advogados e membros do Ministério Público.

“Uma demonstração de que ninguém acredita nos rompantes do presidente que governa este País”, resumiu Lula em seu pronunciamento. “A sociedade que fez o manifesto diz a ele [Bolsonaro] para tomar cuidado. Ele não tem que ter medo da urna eletrônica, porque ela já provou eficácia, seriedade e rapidez. Ele tem que ter medo é de que o povo está saturado, enojado, cansado de tanta mentira, fake news e destruição.”

Bolsonaro, completou Lula, “é resultado da destruição que foi feita em muitos momentos e por muita gente neste País, incentivada por muitos meios de comunicação que tentam jogar lama em cima da classe política sem fazer distinção”.

Uma pesquisa Datafolha divulgada na quinta 28 aponta a liderança de Lula na corrida à Presidência da República com 47% das intenções de voto no primeiro turno, contra 29% de Bolsonaro. O petista também derrotaria o presidente em um eventual segundo turno, por 55% a 35%.

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