Política
Lula ironiza tentativa de Bolsonaro de se afastar de Jefferson e lembra ‘padre laranja’ em debate
O ex-capitão ‘tem tudo com Roberto Jefferson’, segundo o petista
O ex-presidente Lula, candidato do PT ao Palácio do Planalto, afirmou nesta segunda-feira 24 que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) é resultado “de tudo o que é plantado” no governo de Jair Bolsonaro (PL). O petista também ironizou a tentativa do presidente de se afastar de Jefferson, preso pela Polícia Federal no domingo 23.
Jefferson atirou ao menos 20 vezes e disparou duas granadas contra os agentes que tentavam cumprir um mandado de prisão. A ação armada ocorreu por volta das 11h. Cerca de oito horas depois, ele se rendeu e foi levado pela PF de volta ao presídio. Na casa do ex-parlamentar, em Comendador Levy Gasparian (RJ), os policiais apreenderam armas e munições.
“O comportamento dele não é o de um cidadão normal, e o presidente da República tenta mais uma vez contar mentira para a sociedade, a ponto de o presidente se preocupar em dar uma entrevista dizendo que não era amigo do Jefferson, quando sabemos que até o padre foi levado como laranja dele para um debate”, ironizou Lula durante entrevista coletiva em São Paulo, em referência a Padre Kelmon (PTB), candidato derrotado à Presidência.
No domingo 23, em uma transmissão ao vivo, Bolsonaro alegou não aparecer em fotos ao lado de Jefferson. “Não tem uma foto dele comigo. Não tem nada”, disse na live. Ele, porém, mente. Logo em seguida, Lula publicou em seu perfil no Telegram um dos registros dos aliados.
“Mais uma mentira do presidente, tentando passar para a sociedade que não tinha nada com Roberto Jefferson, quando tem tudo com Roberto Jefferson”, devolveu Lula nesta segunda.
Segundo o petista, o episódio protagonizado por Jefferson pode ser “um ensinamento para a sociedade perceber que é preciso este País voltar a ser democrático”. O ex-presidente ainda criticou a decisão de Bolsonaro de escalar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para atuar na negociação com Jefferson, que se recusava a se entregar à PF.
“O presidente tentou mandar um ministro, queria que fosse uma caravana de autoridades para resolver um assunto que era só de polícia, porque tinha um mandado judicial. É triste. Mais um dia em que a gente tem uma página melancólica da história brasileira. O País precisa de ânimo, de altivez, de notícias boas.”
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