O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou a reação de setores do mercado às suas declarações nesta quinta-feira 10 sobre responsabilidade fiscal e social.
Ao sair do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, onde participou de uma série de compromissos com a equipe de transição, o petista disse nunca ter visto “um mercado tão sensível quanto o nosso”.
“É engraçado que esse mercado não ficou nervoso com quatro anos de Bolsonaro, acrescentou.
Mais cedo, ao discursar a parlamentares aliados, Lula questionou “por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal”.
“Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos? Por que as mesmas pessoas que discutem teto de gastos com seriedade não discutem a questão social neste País?”
Em reação, o dólar subiu 4,14% e a Bolsa caiu 3,69% no pregão desta quinta.
Pouco antes do fechamento do mercado, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) esnobou os números e a reação intempestiva dos investidores.
“Ele [Lula] falou da questão social e da questão fiscal e explicitou que assumiu o governo [em 2003] com uma dívida de quase 60% do PIB. Quando transferiu o governo, era menos de 40% do PIB. E teve superávit primário em todos os anos. Então, se alguém teve responsabilidade fiscal foi o governo Lula”, declarou Alckmin.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login