Política

Lula irá ao Rio Grande do Sul após fortes chuvas no estado

O governador Eduardo Leite decretou, na noite desta quarta-feira, estado de calamidade pública em todo o Rio Grande do Sul

Lula irá ao Rio Grande do Sul após fortes chuvas no estado
Lula irá ao Rio Grande do Sul após fortes chuvas no estado
Chuvas no Rio Grande do Sul. Foto: Gustavo Ghisleni / AFP
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O presidente Lula (PT) confirmou nesta quarta-feira 1º que irá ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira 2. A viagem tem como objetivo acompanhar a situação causada pelas fortes chuvas que atingem o estado nesta semana.

“Eu estou pensando em ir amanhã ao Rio Grande do Sul para que a gente possa ajudar de forma efetiva a diminuir o sofrimento desse povo”, disse o presidente em um telefonema com o governador Eduardo Leite (PSDB), divulgado nas redes sociais do presidente.

No estado, cerca de 19,1 mil pessoas foram afetadas. Destas, 3.416 tiveram que deixar suas casas e buscar abrigo na casa de parentes, amigos ou em hospedagens. Outras 1.072 que não tinham para onde ir estão alojadas em abrigos públicos. As chuvas já causaram, também, 13 mortes e deixaram outras 21 pessoas desaparecidas.

Até o momento, 114 prefeituras já reportaram ao governo estadual que foram de alguma forma afetadas por alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outras consequências da situação.

A prioridade, anunciou a Defesa Civil do estado, é o resgate de famílias ilhadas. Neste ponto, diz Lula em telefone, o governo federal já disponibilizou pelo menos oito helicópteros das Forças Armadas para a ação. As aeronaves, porém, aguardam uma trégua nas chuvas para que tenham condições climáticas de voo.

“Os helicópteros já estão preparados para ir ao Rio Grande do Sul assim que o teto permitir”, garantiu Lula na ligação.


Esse foi o segundo telefonema entre Lula e o governador gaúcho. O primeiro ocorreu ainda no dia 30, após Leite solicitar apoio do governo federal nas redes sociais. Desde então, as Forças Armadas já teriam sido colocadas à disposição da gestão estadual.

De acordo com a Força Aérea Brasileira, na terça-feira, quando Lula autorizou a participação nas ações do estado, uma família foi resgatada de uma casa que estava ficando submersa na região de Candelária e foi levada até Santa Cruz. Novamente, porém, não houve condições das aeronaves decolarem para nova missão diante do tempo fechada. Até o momento, a FAB informa ter resgatado sete pessoas.

De acordo com o Ministério da Defesa, 335 militares já participam das ações de apoio à população gaúcha atingida pelas fortes chuvas em outras ações, como a distribuição de água, alimentos e donativos. Os militares também trabalham na recuperação de infraestrutura danificada, na montagem de barracas para desabrigados e no fornecimento de colchões. Além dos helicópteros citados, foram disponibilizados também 12 embarcações e 43 viaturas para a ação no Rio Grande do Sul.

Uma portaria publicada nesta quarta-feira regula o emprego temporário das Forças Armadas em atividades de apoio logístico às ações de Proteção e Defesa Civil. O documento promove a ativação do Comando Operacional Conjunto Taquari II para atuar nos municípios em situação de calamidade pública. O general de Exército Hertz Pires do Nascimento foi indicado para ser o comandante do Comando Conjunto. A ação atende um pedido de Leite no telefone com Lula.

“Mais do que o apoio do governo federal e das Forças Armadas, pedi a efetiva participação e a liderança daqueles que têm treinamento para uma situação de caos e de guerra como a que estamos enfrentando no estado”, disse o governador sobre a conversa. “Tenho apelado ao governo federal para termos não só o apoio, que está sim sendo oferecido, mas também a liderança e coordenação efetiva deste processo, pois eu não tenho ascendência sobre as Forças Armadas para dar a articulação e organização necessárias”, informou pouco antes da publicação da portaria da Defesa.

Chuvas no Rio Grande do Sul.
Foto: Gustavo Ghisleni / AFP

Comitiva

Nesta quinta, segundo agenda divulgada pelo Planalto Lula deve se encontrar com o governador Eduardo Leite e visitar áreas atingidas na região de Santa Maria. A comitiva será formada pelos ministros Renan Filho (Transportes), Waldez Goes (Desenvolvimento Regional) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).

Maior desastre da história

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a destruição das chuvas que atingem o estado já prenunciam o “maior desastre da história” gaúcha em termos de prejuízo material. Segundo Leite, a situação é “pior” do que a registrada no ano passado, quando as inundações causaram mais de 50 mortes e grandes danos materiais.

“Infelizmente, este será o maior desastre que nosso estado já enfrentou. Infelizmente, será maior do que o que assistimos no ano passado”, declarou o governador durante a coletiva de imprensa concedida no início da noite, em Porto Alegre.

A previsão é de a forte chuva continuar até sexta-feira 3, dar uma trégua no final de semana e voltar nos dias seguintes. “Temos um quadro difícil pelos próximos dias”, disse Leite diante da previsão.

Calamidade pública

Na noite desta quarta-feira 1, o governador decidiu decretar estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul diante dos “eventos climáticos de chuvas intensas”. A decisão já foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial.

Pelo decreto, órgãos e entidades da administração pública estadual prestarão apoio à população nas áreas afetadas. O decreto de calamidade deve vigorar por 180 dias.

(Com informações de Agência Brasil)

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