Política
Lula interliga Roraima ao sistema elétrico nacional com recado a Trump
O governo iniciou a energização do Linhão Manaus-Boa Vista. ‘Trump poderia vir conhecer o nosso sistema interligado’, disse o petista
 
         
        O presidente Lula (PT) anunciou, nesta quarta-feira 10, o início da energização do Linhão Manaus-Boa Vista, que garantirá a integração de Roraima ao sistema elétrico nacional. Na cerimônia, realizada no Operador Nacional do Sistema Elétrico, em Brasília, o petista também afirmou, em referência a Donald Trump, que o Brasil é “dono de seu nariz”.
O governo federal anunciou um investimento de 2,6 bilhões de reais em aproximadamente 725 quilômetros de extensão, desde a subestação Eng. Lechuga, no Amazonas, até a subestação Boa Vista, na capital de Roraima.
A partir da interligação, o País chega a 175 mil quilômetros de rede de transmissão, com expectativa de atingir 180 mil até o fim do ano, segundo o governo federal.
“Quando houve o apagão em 2011, o Brasil tinha regiões que tinham excesso de energia e regiões que não tinham energia. O que a gente não tinha era linha de transmissão para levar energia de um estado para outro”, disse Lula.”Hoje esse sistema interligado talvez seja modelo para o mundo.”
Ele também defendeu uma integração energética com países vizinhos. “O dia em que os presidentes da América do Sul tiverem consciência da importância de um sistema como esse, a gente pode interligar todo o potencial hídrico e ser uma potência muito maior.”
O Linhão Manaus-Boa Vista operará com uma capacidade de um gigawatt, potência cerca de quatro vezes maior que a demanda energética de Boa Vista. A operação deve garantir energia de maior qualidade, mais limpa e mais barata a longo prazo, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). A expectativa é reduzir 45 milhões de reais por mês no custo da operação de distribuição energética ao estado.
Na cerimônia, Lula também alfinetou Trump ao ser lembrado de que os Estados Unidos não têm um sistema energético integrado.
“Em vez de o Trump brigar com a gente, ele poderia vir conhecer o nosso sistema interligado”, afirmou. “Se o Trump vier [para a COP30], vamos ter que levar isso aqui para ver e comparar com o painel americano. Para ele saber que nós acreditamos em nós, que nós somos um país soberano e nós somos donos do nosso nariz.”
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