Lula: Financiamento climático não pode reproduzir o modelo excludente do FMI

Em Dubai, na COP28, o presidente voltou a cobrar reformas no sistema de governança global

Agenda do presidente Lula em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2 de dezembro de 2023. Foto: Giuseppe Cacace/AFP

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O presidente Lula (PT) afirmou neste sábado 2 que os instrumentos para financiar ações de combate às mudanças climáticas não podem seguir os modelos de instituições como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

A declaração foi concedida durante um evento na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

“Os mecanismos de financiamento climático e ambiental não podem reproduzir a lógica excludente dessas instituições. No Conselho do Fundo Global para o Meio Ambiente, Brasil, Colômbia e Equador são obrigados a dividir uma única cadeira, enquanto vários países desenvolvidos ocupam cada um o seu próprio assento”, afirmou.

Lula destacou que os quatro maiores fundos ambientais têm um saldo de mais de 10 bilhões de dólares, mas que os países pobres não conseguem acessá-lo, devido a barreiras burocráticas.

“Países em desenvolvimento vão precisar de 4 a 6 trilhões de dólares ao ano para implementar suas contribuições nacionalmente determinadas e planos de adaptação. Não podemos fugir do debate sobre a falta de representatividade e a necessidade de reforma do Banco Mundial e do FMI”, afirmou Lula.

Antes de se pronunciar sobre o clima, Lula comentou as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza e cobrou medidas dos responsáveis.


Ele voltou a chamar a ação de Israel no enclave palestino de “genocídio” e pediu que as partes se sentem em uma mesa de negociação.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, é praticamente um genocídio, porque só de crianças são mais de seis mil mortos, além de milhares de crianças desaparecidas”, acrescentou.

Lula também pediu que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres, dedique esforços para construir um acordo e defendeu mudanças no Conselho de Segurança da ONU.

“Nós, presidentes dos países, daqui para frente, tomemos uma atitude de que ou nós mudamos o Conselho de Segurança da ONU, ou nós colocamos mais países participando da ONU, ou a irresponsabilidade irá prevalecer sobre a sensatez daqueles que brigam por paz”, concluiu.

(Com informações da Agência Brasil)

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