Política
Lula faz nova cobrança aos países ricos para o enfrentamento das mudanças climáticas no sul global
Declarações foram feitas em coletiva com o presidente croata, Zoran Milanović que está em visita oficial ao Brasil


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta segunda-feira 3, com o presidente da Croácia, Zoran Milanović, que está em visita oficial pelo Brasil.
Os presidentes debateram ações de transição energética e os planos do Brasil como presidente do G20 neste ano e sede da conferência do clima das Nações Unidas (COP 30) de 2025.
Em coletiva de imprensa, Lula fez uma nova cobrança aos países ricos de ajuda financeira aos países do sul global, que enfrentarão os maiores desafios das mudanças climáticas.
“Essas catástrofes confirmam que já vivemos as consequências das mudanças climáticas que alguns ainda teimam em negar. Essa prioridade estará presente nos grandes eventos que sediaremos neste ano e no próximo, o G20 e a COP 30”, disse o petista.
Lula também ressaltou que os países do sul global não terão condições de assumir as metas do Acordo de Paris sem financiamento e transferência de tecnologia.
“Países em desenvolvimento vão precisar de 4 a 6 trilhões de dólares ao ano para seus esforços de adaptação”, disse.
“O Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20 vai aprimorar a governança dos fundos multilaterais na área ambiental para que eles respondam de forma simples, ágil e efetiva às necessidades dos países mais vulneráveis”, completou.
Os dois líderes também discutiram as guerras entre Ucrânia e Rússia, e Israel e o Hamas e a urgência de um cessar-fogo nos dois conflitos.
“O Brasil condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia, uma ‘desescalada’ seria um passo necessário para que as partes possam retomar o diálogo direto”, disse Lula.
“Apoiamos a realização de uma conferência internacional que seja reconhecida tanto pela Ucrânia, quanto pela Rússia, no caso de Gaza, o Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas”, completou o presidente brasileiro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Por que muitas capitais brasileiras ainda não têm planos contra mudanças climáticas?
Por Agência Pública
Mais de 95% da população diz ter consciência das mudanças climáticas
Por Agência Brasil