Política

Lula diz que sociedade brasileira ‘não pode ficar quieta’ após derrota no IOF

A rejeição à MP implica na perda de uma das principais fontes de arrecadação previstas para 2025 e 2026

Lula diz que sociedade brasileira ‘não pode ficar quieta’ após derrota no IOF
Lula diz que sociedade brasileira ‘não pode ficar quieta’ após derrota no IOF
O presidente Lula. Foto: Evaristo Sa / AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Lula voltou a comentar, nesta quinta-feira 9, a rejeição da Medida Provisória que criava alternativas à alta do IOF em busca do equilíbrio nas contas públicas. Durante um evento na Bahia, o petista classificou a quarta-feira 8 como “um dia triste” para o País e disse considerar que a sociedade “não pode ficar quieta” com a decisão da Câmara.

A proposta, cujas regras poderiam render ao menos 30 bilhões de reais aos cofres da União, foi retirada de pauta às vésperas de expirar, com 251 votos favoráveis e 193 contrários. No evento desta quinta, Lula subiu o tom: “Se um trabalhador pode pagar 27,5%, por que um ricaço não pode pagar 18%? Ainda fizemos acordo para 12% e eles não quiseram pagar. Eles podem saber que é uma questão de dias, eles vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato”.

A rejeição à MP implica na perda de uma das principais fontes de arrecadação previstas para 2025 e 2026. A estimativa da equipe econômica é de um rombo de 42,3 bilhões de reais até o ano que vem. Como mostrou CartaCapital, congressistas afirmam não haver outra razão para a articulação contrária ao texto senão restringir o espaço fiscal de Lula no ano em que ele deve buscar a reeleição.

O presidente Lula está na Bahia para participar da cerimônia de inauguração da primeira fábrica de veículos da montadora chinesa BYD no Brasil, em Camaçari. A unidade produzirá unidades do Dolphin Mini, modelo elétrico e veículo mais barato vendido pela montadora no Brasil.

O investimento da montadora chinesa no complexo é de 5,5 bilhões de reais. O evento também conta com a presença do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Também estiveram presentes o presidente da BYD, Wang Chuanfu, e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). De acordo com o Palácio do Planalto, a inauguração no complexo de Camaçari “marca o início da produção brasileira e consolida o Brasil como polo estratégico da companhia na América Latina”.

Em seu discurso, o presidente afirmou que o “problema do Brasil com os Estados Unidos será resolvido”. Ele se referia à crise aberta entre os dois países após o magnata republicano Donald Trump impor tarifas comerciais e sanções contra autoridades brasileiras em retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro. Nesta segunda, os dois conversaram por telefone em busca de uma solução ao impasse.

“Nós não temos preferência por países. O que nós queremos é estabelecer uma relação civilizada com o mundo, por isso que nós defendemos o multilateralismo, é por isso que nós não concordamos quando os EUA tomou posição de taxar os produtos brasileiros com base em coisas que não eram verdadeiras”, declarou Lula.

Além disso, o petista destacou a vontade do Brasil em expandir suas exportações, não mais apenas de commodities, mas também de inteligência e conhecimento, e falou sobre a importância do respeito e da parceria entre os países, mencionando sua amizade com o presidente chinês Xi Jinping.

“Tenho certeza que ele se considera amigo do Brasil porque nos tratamos como dois países importantes do Sul Global e não aceitamos que ninguém meta o dedo no nosso nariz. Queremos ser respeitados e tratados com muita decência”, concluiu Lula.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo