Política

Lula diz que PT “paga o pato” por denúncias contra deputado André Vargas

Em entrevista a blogueiros, ex-presidente afirmou que espera que o parlamentar consiga explicar relações com doleiro investigado pela Polícia Federal

André Vargas fala do uso de um avião emprestado na Câmara
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou seu colega de partido e deputado federal André Vargas (PT-PR), que pediu licença do cargo após suspeita de favorecer o doleiro Alberto Youssef, preso e investigado pela Polícia Federal na operação Lava Jato. Em entrevista a blogueiros no Instituto Lula, em São Paulo, nesta terça-feira 8, Lula disse esperar que Vargas consiga convencer o público e seus pares de sua inocência para que o PT não “pague o pato”.

“Espero que ele (André Vargas) consiga convencer a sociedade de que não tem nada além de uma viagem de avião (com o doleiro), o que já é um erro, porque no final quem paga o pato é o PT”, afirmou em referências às denúncias, do jornal Folha de S.Paulo, de que o deputado petista usou o jatinho do suspeito para viajar para a Paraíba nas férias.

Recentemente, no entanto, a revista Veja publicou reportagem segundo a qual o deputado também foi flagrado pela Polícia Federal em conversas telefônicas dizendo que iria ajudar Youssef.  Por conta disso, André Vargas se afastou e diz que vai “preparar sua defesa” contra um “massacre midiático”. “O deputado André Vargas solicitou nesta tarde à Mesa da Câmara uma licença de 60 dias, sem remuneração, a contar da data de hoje. Com a licença, ele pretende, antes de tudo, preservar a instituição da qual faz parte, a Câmara dos Deputados, enquanto prepara sua defesa diante do massacre midiático que está sofrendo, fruto de vazamento ilegal de informações”, afirma o comunicado divulgado pela assessoria de imprensa do parlamentar.

Pouco antes de oficializar o afastamento, a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara havia decidido arquivar o pedido protocolado na semana passada pelo PSOL para que fosse aberta uma investigação contra Vargas. De acordo com a assessoria da Mesa, a decisão foi motivada por requisitos regimentais, com falta de detalhamento no ofício entregue pelo partido, e não indica qualquer indisposição da Casa em averiguar os fatos. O PSOL informou que vai refazer o pedido, mas ainda não definiu em que formato o novo documento será entregue. Além disso, parte da investigação sobre a operação Lava Jato já estava sendo analisada pela Justiça. Mas, como agora o deputado aparece nas ligações telefônicas, o processo será encaminhado para o Supremo Tribunal Federal.

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