Política

Lula diz que conversará com militares quando ganhar a eleição: ‘Vão cumprir seu papel’

‘Aí vou ser chefe deles e vou dizer o que penso’, declarou o petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o pleito presidencial

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em coletiva de imprensa. Foto: Reprodução
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que não tem mantido conversas com militares e que só deve promover algum diálogo caso haja vitória da sua candidatura em 2022. O petista disse ainda que o seu governo faria as Forças Armadas cumprirem “o seu papel constitucional”.

 

As afirmações foram feitas durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira 16, em Recife, capital de Pernambuco. O ex-presidente está em viagem pelos estados do Nordeste com uma comitiva do partido.

“O que nós vamos fazer com as Forças Armadas é para elas cumprirem o seu papel constitucional. As Forças Armadas existem para garantir a soberania nacional, contra possíveis inimigos internos. Ela tem que tomar conta das nossas fronteiras terrestres, marítimas, do espaço aéreo, e elas precisam proteger o povo brasileiro”, disse o petista.

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Lula acrescentou: “Eu não tenho conversa com os militares. Não há por que conversar com os militares. Não há por que conversar com o Ministério Público. Não há por que conversar com a Polícia Federal. Eles são instituições do Estado, eles têm funções a cumprir e têm que respeitar o regulamento e a Constituição. É isso. Quando eu ganhar, eu vou conversar, porque aí eu vou ser chefe deles, e vou dizer o que eu penso e qual é o papel deles”.

O petista também destacou as menções a militares na CPI da Covid, no Senado, em casos que envolvem irregularidades na aquisição de vacinas.

“Eles botaram na cabeça que são superiores, eles botaram na cabeça que são mais honestos. E a CPI está mostrando o que aconteceu com a quantidade de coronéis que, em nomes de institutos e ONGs, estavam montando uma verdadeira quadrilha de comprar vacina.”

Líder das pesquisas eleitorais, Lula se mostra confiante em uma vitória contra o presidente Jair Bolsonaro. Diante da tentativa do governo federal de criar um programa social que substitua o Bolsa Família, Lula disse acreditar que o adversário não ampliará seus votos de forma significativa.

“Eu fico feliz, se acontecer de verdade, que o povo possa receber um pouco mais de dinheiro. Mudar de nome é uma coisa pequena”, disse. “Eu jamais vou falar contra qualquer aumento que signifique melhoria à qualidade de vida do povo. O que vai acontecer, e a grande lição que ele vai aprender, é que o povo vai receber [o Auxílio Brasil] e vai votar contra ele. Porque não é possível brincar com a pobreza.”

Como antecipou CartaCapital, Lula aprontou suas malas para o Nordeste na 2ª quinzena de julho, com prioridade para defender o avanço da vacinação, relembrar o legado dos governos petistas e discutir o Plano de Reconstrução proposto pelo PT. O líder petista também tem na rota encontros com novos e antigos aliados, de partidos como MDB, PP, PSD e PSB. A região é estratégica para o ex-presidente: segundo o Vox Populi, ele tem pelo menos 61% de aprovação na população desses estados.

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