Economia

Lula defende versão atual da PEC, mas admite diálogo: ‘Sabemos negociar’

‘Espero que o Congresso tenha sensibilidade e possa votar do jeito que queremos’, afirmou o presidente eleito

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou nesta sexta-feira 2 a necessidade de o Congresso Nacional aprovar a PEC da Transição, solução para viabilizar o cumprimento de uma das principais promessas de campanha: a manutenção do Auxílio Brasil de 600 reais, programa que voltará a se chamar Bolsa Família a partir de 2023.

Durante entrevista coletiva em Brasília, Lula afirmou que “o que interessa é a PEC que nós mandamos”, mas não fechou as portas para uma negociação.

A redação prevê um montante de 175 bilhões de reais fora do teto de gastos a fim de bancar o novo Bolsa Família. O teto é a principal âncora fiscal em vigor no Brasil, a limitar despesas do governo à inflação do ano anterior.

O texto também mantém a previsão de até 23 bilhões de reais extrateto em investimentos, totalizando 198 bilhões de reais no pacote.

“Ela [redação atual da PEC] já foi conversada com os presidentes da Câmara e do Senado e com várias lideranças. Até agora não há sinal de que as pessoas querem mudar a PEC. As pessoas sabem que não é o governo que precisa dessa PEC, mas o Brasil. Quem deveria ter colocado a quantidade de recursos no Orçamento é o atual governo, mas o que ele está fazendo é tirar mais dinheiro da saúde, da educação”, declarou o presidente eleito.

Segundo ele, o governo eleito deseja a PEC “porque precisamos investir em algumas coisas, retomar o Minha Casa, Minha Vida, colocar um pouco de dinheiro no SUS”.

“Espero que o Congresso tenha sensibilidade e possa votar do jeito que queremos. Se precisar ter acordo, sabemos negociar.”

A proposta, protocolada no Senado no início desta semana, prevê o Bolsa Família fora do teto por quatro anos. Lideranças parlamentares, especialmente do Centrão, no entanto, brigam pela redução para dois anos ou até um, a fim de voltar a exercer pressão sobre a gestão Lula. Também tentam cortar o montante a ser liberado da âncora fiscal.

Questionado nesta quinta sobre um piso para o pacote – hoje em 198 bilhões de reais -, Lula ironizou: “Não tem valor mínimo. Nunca ceda na proposta principal antes do limite da negociação. Se eu agora colocar um limite para menos, é o de menos que vai valer”.

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