Economia

Lula defende taxação dos super-ricos em conferência da OIT: ‘Precisam pagar a conta’

O presidente discursou a favor da justiça social e do enfrentamento às desigualdades, citando também os desafios diante a informalidade laboral crescente no mundo

Lula defende taxação dos super-ricos em conferência da OIT: ‘Precisam pagar a conta’
Lula defende taxação dos super-ricos em conferência da OIT: ‘Precisam pagar a conta’
Lula ao lado do Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert Houngbo. Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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O presidente Lula (PT) participou, nesta quinta-feira 13, da 112ª Conferência Internacional do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho, a OIT. A agenda aconteceu na sede das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça

Em seu pronunciamento, o presidente alertou para um ‘contexto global complexo’, no qual se inserem a recuperação da pandemia, novas tensões geopolíticas mundiais, as transições energéticas e digitais, além dos efeitos das mudanças climáticas.

O petista reivindicou o que chamou de ‘uma nova globalização’, tendo em vista a justiça social e a luta contra as desigualdades, em prol de um desenvolvimento sustentável.

“É central resgatar o espírito da Declaração da Filadélfia, adotada há 80 anos atrás. Nela, consignamos que o trabalho não deve ser tratado como mercadoria, mas como fonte de atividade e bem estar”, defendeu o presidente, que também citou desafios a serem enfrentados, em um contexto laboral em que ainda há predomínio da informalidade e precarização.

“O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 8, sobre o trabalho decente para todos, não está avançando na velocidade e escala necessárias para o cumprimento de seus indicadores”, alertou Lula. “A informalidade, a precarização e a pobreza são persistentes. O número de pessoas em empregos informal saltou de 1,7 bilhões para 2 bilhões este ano; quase 215 milhões de pessoas, mais do que a população do Brasil vive em extrema pobreza, mesmo estando empregado”, citou, ao defender a retomada do Estado como planejador do investimento.

“A mão invisível do mercado só agrava as desigualdades”, cravou o petista.

Taxação de super-ricos

O presidente afirmou que a busca por justiça social e enfrentamento às desigualdades será a prioridade do governo brasileiro no encontro do G20, que acontecerá em novembro. A Cúpula de Líderes do grupo está agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, e terá a participação de 19 países membros, mais a União Africana e a União Europeia.

“O Brasil está impulsionando a proposta de taxação dos super-ricos no debate do G20. Nunca antes o mundo teve tantos bilionários. Estamos falando de 3 mil pessoas que detém fortunas de 15 trilhões de dólares. Isso representa a soma do PIB do Japão, da Alemanha, da Índia e do Reino Unido. É mais do que se estima ser necessário para os países emergentes lidarem com as mudanças climáticas. Os países ricos precisam pagar a conta“, defendeu.

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