Lula defende diálogo com Venezuela e Nicarágua no Mercosul: ‘O que não pode é isolar’

A declaração foi concedida após o petista assumir a presidência do bloco, em substituição à gestão argentina

O presidente Lula na cúpula do Mercosul, na Argentina. Foto: Ricardo Stuckert/PR

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O presidente Lula defendeu nesta quarta-feira 4 o diálogo entre os países da América Latina, inclusive com governos questionados pela comunidade internacional, como o de Nicolás Maduro na Venezuela e o de Daniel Ortega na Nicarágua.

A declaração foi concedida após o petista assumir a presidência do Mercosul, em substituição à gestão argentina. O mandato valerá por seis meses. A cúpula do bloco, da qual Lula participa, ocorre em Puerto Iguazú, na Argentina.

“Com relação à questão da Venezuela, todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta eles”, afirmou o presidente brasileiro. “Não conheço pormenores do problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer.”

Trata-se de uma referência a María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas para as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela. Integrante da ala mais radical da oposição, ela foi inabilitada a exercer cargos públicos por 15 anos, segundo um texto da Controladoria divulgado no final de junho.

De acordo com a Controladoria, a inabilitação de Machado está baseada em “irregularidades administrativas” quando foi deputada, entre 2011 e 2014.

Ela também é acusada de ter participado de “uma rede de corrupção” liderada por Juan Guaidó, reconhecido, entre janeiro de 2019 e janeiro de 2023, como presidente interino da Venezuela por cinquenta países que rejeitavam a reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2018, por considerá-la “fraudulenta”.


“Ninguém se surpreende. Isso estava por vir, mas se eles acreditam ou acharam que essa farsa de inabilitação ia desestimular a participação nas primárias, devem se preparar, porque, se tínhamos força, agora vamos com mais força”, afirmou Machado após a inabilitação, em um ato político.

Nesta quarta, Lula também afirmou ter assumido com o Papa Francisco um compromisso de dialogar com o governo Ortega na Nicarágua.

“O que não pode é a gente isolar e a gente levar em conta que os defeitos estão em apenas um lado. Os defeitos são múltiplos. Então, precisamos conversar com todo mundo”, emendou o petista.

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