Política

Lula critica inteligência do governo e promete punição de militares envolvidos em atos golpistas

O presidente também voltou a argumentar que alguém teria chancelado a entrada dos bolsonaristas no Palácio do Planalto

O presidente Lula em entrevista à GloboNews. Foto: Ricardo Stuckert
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O presidente Lula (PT) afirmou que houve um “erro” dos serviços de inteligência do governo federal por não comunicaram a possibilidade de atos terroristas no Distrito Federal em 8 de janeiro. Ele ainda garantiu que os militares envolvidos no quebra-quebra na Praça dos Três Poderes serão punidos, “não importa a patente”. 

As declarações ocorreram em entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, nesta quarta-feira 18. Lula cumpria agenda em São Paulo no dia da invasão bolsonarista e, antes de embarcar, teria recebido informações de que “tudo estava tranquilo”. 

“Nós temos inteligência do GSI, da Abin, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso”, afirmou. “Se eu soubesse na sexta-feira que viriam 8 mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília. Eu saí porque estava tudo tranquilo.”

Todos os que participaram do ato golpista serão punidos. Todos. Não importa a patente, não importa a força de que ele participe”, prosseguiu. “Todos que a gente descobrir que participaram dos atos serão punidos. Terão de ser afastados das suas funções e vão responder perante a lei.”

O presidente também voltou a argumentar que alguém teria chancelado a entrada dos bolsonaristas no Palácio do Planalto e afirmou ter a impressão de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deixou o País às vésperas da posse do petista, “sabia de tudo o que estava acontecendo”. 

“O silêncio dele, mesmo depois do acontecimento daqui, me dava a impressão de que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que ele tinha muito a ver com aquilo que estava acontecendo”, disse. “Possivelmente, esse Bolsonaro estivesse esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”.”

Lula ainda sinalizou que deve se reunir com os comandantes das Forças Armadas após a viagem à Argentina. O encontro, segundo contou, também contará com a presença do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Josué Gomes, e terá o objetivo de discutir o fortalecimento da indústria de Defesa no Brasil. 

“Eu não quero ter problemas com a Força, não quero que eles tenham problema comigo. E eu quero que a gente volte à normalidade, é isso. É isso. As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tire a farda, renuncie ao seu cargo, crie um partido político e vá fazer política.”

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