Economia

Lula critica Bolsonaro e privatizações em ato de anúncio de R$ 250 milhões da Petrobras para a cultura

Edital prevê o investimento em iniciativas que promovam a diversidade e a inclusão

O presidente Lula em evento no Rio de Janeiro, em 23 de fevereiro de 2024. Foto: Fabio Porciuncula/AFP
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O presidente Lula (PT) voltou a criticar as tentativas de privatização da Petrobras em governos anteriores e a redução dos valores direcionados a ações de cultura nos últimos anos, durante evento no Rio de Janeiro nesta sexta-feira 23. A agenda marcou o lançamento de um edital da empresa para o patrocínio de atividades culturais.

A edição de 2024 prevê o investimento de 250 milhões de reais em iniciativas que promovam a diversidade e a inclusão. Trata-se do maior volume de recursos destinados pela estatal para a área.

“A cultura pode não interessar a um ditador, a um negacionista. Cultura simplesmente interessa ao povo tanto quanto interessa um prato de comida. Essa é a grandeza desse gesto de hoje aqui no MAM [Museu da Arte Moderna]”, disse. “Um país livre e soberano vai ter que utilizar todo mecanismo possível para fazer da cultura algo acessível.”

O relatório produzido durante a transição entre governos apontou uma perda de quase 70 bilhões no orçamento da Cultura apenas em dois anos do governo de Jair Bolsonaro (PL)).

O resultado, indicou o documento, está diretamente relacionado à paralisação de diversos programas de cultura, além do enfraquecimento da estrutura de órgãos como a Fundação Palmares e a Biblioteca Nacional.

Criado em 1985, o Ministério da Cultura foi extinto e transformado em secretaria sob Bolsonaro. Ao assumir a Presidência, Lula recriou a pasta e nomeou a cantora e compositora baiana Margareth Menezes para chefiá-la.

Durante a cerimônia desta sexta, o presidente ainda disse que a retomada dos investimentos da Petrobras significa que a estatal resiste, mesmo diante “das tentativas de destruir os sonhos do povo brasileiro”.

“O momento que estamos vivendo é mais que a retomada de investimentos em cultura feitos pela Petrobras. Temos que lembrar que estamos em uma empresa que não era pra ter nascido. Que teve contra si um sem-número de calúnias. Que tentaram privatizar tantas vezes e, ao não conseguirem privatizar, resolveram fatiar e vender parcelas da Petrobras como fizeram com outras empresas. Apesar de tudo, resistimos.”

Segundo a companhia, poderão participar da seleção propostas de programação de espaços culturais, espetáculos artísticos, exposições, produção de filmes, manutenção de grupos artísticos, projetos digitais, festivais temáticos diversos, festas regionais e outros, em um total de 10 tipos de ações de patrocínio.

As inscrições vão até 8 de abril. Os projetos deverão estar inscritos na Lei Rouanet ou na Lei do Audiovisual, o que poderá ocorrer após o resultado do processo seletivo.

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