Mundo
Lula condena interceptação de Israel a flotilha: ‘Segue cometendo violações’
Um grupo de 15 ativistas brasileiros está aguardando repatriação; apenas um foi deportado e está a caminho do Brasil


O presidente Lula (PT) criticou, nesta segunda-feira 6, a intercepção israelense a flotilha de ajuda humanitária endereçada à Faixa de Gaza, e que levou à prisão um grupo de ativistas, incluindo brasileiros.
“O Estado de Israel violou as leis Internacionais ao interceptar os integrantes da “Flotilha Global Sumud”, entre eles cidadãos brasileiros, fora de seu mar territorial. E segue cometendo violações ao mantê-los detidos em seu País“, destacou o presidente em uma publicação feita nas redes sociais.
Lula afirmou, ainda, que deu ordens ao Ministério das Relações Exteriores para acompanhar o caso, para que os brasileiros possam ser repatriados o quanto antes.
Nesta segunda-feira 6, representantes da pasta em Tel Aviv fizeram uma nova visita ao grupo de ativistas brasileiros, que está no centro de detenção em Ketziot, no deserto de Negev. Não há detalhes sobre a agenda. Na sexta-feira 3, no entanto, após um primeiro contato com o grupo, a embaixada afirmou que os brasileiros estavam bem e demonstravam resiliência emocional diante a situação.
Na ocasião, também foi descartado o desaparecimento de dois brasileiros, o cineasta carioca Miguel Viveiros de Castro e João Aguiar, que estavam sem contato desde que as embarcações foram interceptadas por forças israelenses.
Primeiro ativista brasileiro é deportado
Da delegação brasileira, apenas um ativista foi deportado, Nicolas Calabrese, que deve chegar ainda nesta segunda-feira 6 ao Rio de Janeiro, pelo aeroporto internacional do Galeão. À imprensa, o ativista relatou um clima de violência. “Fomos humilhados, sofremos golpes e violência física, principalmente a companheira Greta”, declarou.
A assessoria da deputada federal Luizianne Lins (PT), que também integrava a flotilha, afirmou que as audiências judiciais foram finalizadas, e que os demais brasileiros podem ter o processo de deportação iniciado em breve, embora ainda não haja confirmação oficial sobre prazos e condições.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Israel deporta outros 171 ativistas da flotilha para Gaza, entre eles Greta Thunberg
Por AFP
Flotilha: detidos denunciam maus tratos, e Israel nega agressões a Greta Thunberg
Por CartaCapital
Quem é (e o que pensa) Marco Rubio, escalado por Trump para negociar com Lula e o Brasil
Por Vinícius Nunes