Política

Lula cobra direção do PT e exalta a volta de Marta: ‘Quero salvar este partido’

O presidente afirmou haver ‘alguma coisa muito errada’ no modo como a legenda define seus candidatos

Lula e Marta Suplicy. Foto: Nelson Almeida/AFP
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O presidente Lula fez duras cobranças à direção do PT durante a cerimônia que marcou a volta de Marta Suplicy ao partido, ao qual ela esteve filiada por 33 anos, até 2015. Ela será a vice de Guilherme Boulos (PSOL) na eleição para a prefeitura de São Paulo.

“Você continua no PT. Por isso foi importante trazer você de volta. Você deu muito para este partido. O PT cometeu erros, nem todo mundo é obrigado a suportar a quantidade de erros que a gente comete. E você, em algum momento, ficou zangada”, disse Lula para a ex-prefeita. Ele questionou as razões pelas quais alguns quadros petistas se opuseram ao retorno de Marta.

Em uma mensagem direta à cúpula do partido, pediu reflexão sobre como o PT pode “dar a volta por cima”.

“Para a gente voltar a ter mais vereadores, deputados e senadores. Na última eleição em São Paulo, tinham candidatos a vereador que não tinham um desgraçado de um panfleto”, criticou.

“Quem tiver raiva de mim pode falar. Eu já tenho 78 anos, já sou presidente pela terceira vez, já fiz mais do que imaginei que poderia fazer. E agora eu quero salvar este partido, porque é a coisa mais importante que tem neste País. Daí a minha ideia de trazer a Marta Suplicy de volta. Tenho orgulho.”

Lula também afirmou que o PT tem “20% de preferência eleitoral, mas na eleição de 2020 só teve 5% de votos na legenda para vereador”.

“Alguma coisa está muito errada. E o que está errado é que a gente precisa escolher como candidatos a vereador do PT as pessoas que são lideranças reais no movimento social, não aquele que quer ser candidato apenas”, prosseguiu. “Precisamos voltar a fazer uma avaliação do movimento social, a liderança daquele bairro, daquela vila, daquele sindicato, e motivar aquelas pessoas a se candidatarem a alguma coisa.”

Segundo ele, “no dia em que o PT recuperar a razão, vai obrigar que todos os seus candidatos, em vez de colocar seu próprio nome, coloquem o PT, a estrela do PT, para ver se a gente consegue chegar nas eleições à mesma votação que temos na pesquisa”.

Em um ato simbólico, coube a Lula assinar a ficha de filiação de Marta. Entre outros, participaram do evento, no centro da capital paulista, além de Marta e Boulos:

  • o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT);
  • o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha;
  • o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo;
  • a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann;
  • a primeira-dama Janja da Silva.

Na política, a carreira de Marta Suplicy começou em 1994, com a eleição para a Câmara dos Deputados. Na ocasião, ela foi eleita com a quarta maior votação do PT em São Paulo. Em 1998, tentou se eleger governadora, mas terminou na terceira posição, muito próxima do segundo colocado, Mário Covas (PSDB).

Em 2000, ela venceu a disputa pela prefeitura, derrotando no segundo turno Paulo Maluf (PPB), com 58% dos votos válidos. Quatro anos depois, perdeu a tentativa de reeleição para José Serra (PSDB).

Sua trajetória no governo federal começou em 2007, com a nomeação para o Ministério do Turismo, no segundo mandato do presidente Lula. No ano seguinte, deixou a pasta para concorrer à prefeitura mais uma vez, mas foi superada por Gilberto Kassab (PSD).

Em 2010, Marta foi eleita senadora. Em 2012, foi nomeada pela então presidenta Dilma Rousseff (PT) para o Ministério da Cultura. Três anos depois, desfiliou-se do PT com críticas ao partido, no auge da Lava Jato.

Nos anos seguintes, passou por MDB e Solidariedade. Em 2016, foi a candidata emedebista à prefeitura paulistana, mas terminou na quarta colocação. Sua última experiência foi como secretária de Relações Internacionais na capital, na gestão de Ricardo Nunes (MDB), hoje pré-candidato à reeleição.

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