Política
Lula assina decreto que regulamenta a TV 3.0; saiba o que muda
O governo afirma que a nova tecnologia revolucionará o modo como o brasileiro assiste à TV aberta


O presidente Lula (PT) assinou nesta quarta-feira 27 o decreto que regulamenta a TV 3.0. A nova tecnologia promete revolucionar o modo como os brasileiros assistem televisão aberta, segundo o governo. Estavam presentes na cerimônia os ministros das Comunicações, Frederico de Siqueira; da Casa Civil, Rui Costa; de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.
Referindo-se ao tarifaço de Donald Trump, Sidônio afirmou que a implementação da TV 3.0 também é uma discussão sobre soberania nacional. “Este governo olha com atenção para as questões sociais, mas também para a agenda digital e tecnológica. Aliás, a soberania é um grande tema que une todo o País. Tudo tem a ver com a TV digital que está sendo implementada agora.”
Frederico de Siqueira afirmou se tratar de um dia histórico e que nenhum brasileiro precisará trocar de aparelho imediatamente, já que as tecnologias da TV Digital e da TV 3.0 caminharão juntas no primeiro momento. A inovação será adotada de forma gradual, segundo o ministro.
TV 3.0
Chamada de “TV do futuro”, a tecnologia, conhecida também como DTV+, integrará os serviços de internet à transmissão de sons e imagens da televisão tradicional, tudo gratuitamente. “Com mais interatividade, qualidade de som, imagem superior e maior integração com a internet, o novo sistema moderniza o setor e coloca o país na vanguarda da radiodifusão mundial”, destacou o Planalto.
Segundo especialistas do setor, a nova tecnologia permitirá votações em tempo real, alertas de emergência, conteúdos personalizados, compras pelo controle remoto e oferta de serviços públicos digitais. Os canais abertos tradicionais estarão disponíveis: não mais em uma lista, mas como ícones semelhantes aos de aplicativos.
Inicialmente, a previsão é que parte da população brasileira já tenha acesso à TV 3.0 nas transmissões da Copa do Mundo de 2026. A fase preparatória ocorre neste ano e a migração será escalonada. Primeiro, o serviço deve chegar às grandes capitais. A conclusão do processo deve levar entre dez e quinze anos, segundo estimativas.
Novos aparelhos de televisão sairão de fábrica com a tecnologia embutida. Para os televisores já existentes, haverá um conversor.
Em meio a especulações sobre o preço do conversor (que seria em torno de 400 reais), o Ministério das Comunicações informou que as previsões são “prematuras” e que os valores devem cair progressivamente, diante da evolução do mercado.
Segundo o governo, o Brasil será o primeiro país da América Latina e do Brics a adotar a TV 3.0.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lula assina recondução de Gonet à PGR a uma semana do julgamento do golpe
Por CartaCapital
Os índices de aprovação e reprovação do governo Lula entre os eleitores paulistas, segundo nova pesquisa
Por CartaCapital