Política

Lula abre 16 pontos de vantagem e poderia vencer no 1º turno, diz Quaest

Na média dos cenários monitorados pelo instituto, o petista tem 47% das intenções de votos e Bolsonaro oscila negativamente no comparativo com maio

Lula no Ato pela Soberania do Brasil, em Porto Alegre (RS). Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula (PT) tem 46% das intenções de voto e superaria a soma de todos os adversários monitorados (41%) na nova rodada da pesquisa da consultoria Quaest, divulgada nesta quarta-feira 8. O desempenho reforça as chances de vitória do petista já no primeiro turno, tendência também apontada em outros levantamentos, como o do instituto Datafolha.

O resultado de 46% também coloca Lula com boa vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL), o seu principal adversário neste momento. O ex-capitão tem 30% da preferência dos eleitores, segundo os dados divulgados nesta quarta. A diferença entre os dois é de 16 pontos percentuais.

Os dados são do principal cenário monitorado pela consultoria. Nele, além de Lula e Bolsonaro, quem se sai melhor é Ciro Gomes (PDT), que reúne 7% das intenções de voto. André Janones (Avante) aparece em seguida, com 2%. Simone Tebet (MDB) e Pablo Marçal (PROS) têm apenas 1%. Nenhum outro pré-candidato pontua neste cenário.

A Quaest ainda monitorou outras duas possibilidades de disputa. Nelas, Lula poderia chegar até 48%, a depender dos demais nomes. Bolsonaro, por sua vez, teria 29% em um deles. Ciro pode chegar a 9% e Janones e Tebet a 3% a depender do caso.

As explicações para a liderança de Lula

Para Felipe Nunes, cientista político e diretor da Quaest, a principal explicação para a distância entre Lula e Bolsonaro está na rejeição registrada pelo atual presidente. Fatores econômicos também ajudam a entender os resultados.

“Há algumas formas de explicar o favoritismo de Lula. A primeira delas é comparando a rejeição dos candidatos: na disputa entre os menos piores, Lula tem a menor taxa de rejeição entre os candidatos competitivos (40%), Bolsonaro tem a maior (60%)”, escreve Nunes em sua análise.

“A péssima percepção do eleitor sobre a situação econômica atual também ajuda a entender porque Lula está na frente: para 44% dos brasileiros, a economia é o principal problema enfrentado pelo país atualmente”, aponta ainda o pesquisador.

De acordo com Nunes, no quesito economia, o principal motivador do voto seria a inflação, apontada como principal preocupação para 23%. O volume era de apenas 6% em setembro de 2021. A pesquisa ainda mostra que 57% dos brasileiros têm apontado dificuldades para pagar as contas.

A pesquisa desta quarta-feira mostra que os eleitores também apontam Bolsonaro como o principal culpado pela crise econômica enfrentada pelo País. O ex-capitão tem ainda na sua conta o peso dos governos Lula serem apontados como os melhores da história.

“Bolsonaro enfrenta o candidato cujo governo é tido por 62% dos eleitores como o melhor da história recente para fazer seu salário ter mais poder de compra. Ou seja, até eleitores adversários reconhecem que o salário valia mais durante o governo Lula”, destaca a análise.

Eleitores também apontaram como motivadores do voto o medo da continuidade do atual governo. Segundo os dados do levantamento, 52% indicam que temem a reeleição de Bolsonaro, superando por 17 pontos percentuais o temor popular pela volta do PT, que soma apenas 35%.

“O eleitor do Lula tem medo da continuidade do governo Bolsonaro. O eleitor do Bolsonaro tem mais medo da volta do PT. Mas eles não decidem eleição. São os eleitores swing que precisam ser conquistados. Nesse público, o medo de continuar é maior do que o medo de mudar”, explica Nunes.

Para chegar aos resultados, a pesquisa entrevistou 2 mil pessoas por telefone entre os dias 2 e 5 de junho. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.

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