Política
Lira pede ‘limites’ a deputados de direita e de esquerda por ‘injúrias’ a autoridades
A declaração ocorreu após deputado do PL se queixar sobre acusações de Bolsonaro como ‘genocida’


O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou deputados federais que recorrem a “calúnias” contra autoridades do Legislativo e de outros Poderes, durante uma sessão nesta quarta-feira 8.
A declaração ocorreu após o deputado Abilio Brunini (PL-MT), devido a uma questão de ordem, ter se queixado sobre “injúrias a autoridades constituídas”, por ocasião de declarações de deputados de esquerda que teriam chamado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “genocida” na tribuna da Câmara, na terça 7.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) chegou a se manifestar de forma contrária, dizendo não ser “razoável” que a Mesa Diretora impeça que os parlamentares se pronunciem sobre o que chamou de “caráter autoritário e corrupto” do ex-presidente. Além disso, defendeu a imunidade parlamentar.
Ao se manifestar diante dos dois congressistas, Lira afirmou que não irá tolher o que os deputados falarem, mas disse que as declarações “podem ter consequência” e mencionou trecho do regimento interno a estabelecer que “nenhum deputado poderá referir-se de forma descortês ou injuriosa a membros do poder Legislativo ou a autoridades constituídas de demais Poderes da República”.
Lira também pregou o “debate de ideias” e disse que conversará “de maneira educativa” com os líderes partidários sobre o tema na próxima terça-feira.
“Eu clamo hoje que nós tenhamos limites, de parte a parte. Não pode-se admitir que deputados da direita venham para a posse da Câmara com adesivos também injuriosos ou caluniosos com relação ao presidente, e nem que outros façam acusações”, afirmou, em relação aos dois lados.
O presidente da Câmara continuou: “Se a gente puder fazer o debate em alto nível, atacando as ideias e as situações, nós vamos fazer. Se não puder, cada um fala o que quer e responde pelo que fala”.
Na semana passada, Lira foi reeleito presidente da Câmara com votação recorde de 464 parlamentares. A sua vitória ocorreu com o apoio do PT. Na ocasião, o deputado disse querer ser um “facilitador” das discussões da Casa.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

As prioridades de Lula no Congresso após a reeleição de Lira e Pacheco, segundo senador
Por Wendal Carmo
Por que o PT-SP quer compor direção da Alesp com indicado de Tarcísio
Por Victor Ohana