O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu enviar um novo recado ao Palácio do Planalto e não deve pautar a votação do arcabouço fiscal antes da reforma ministerial no primeiro escalão do governo Lula (PT), dizem interlocutores a CartaCapital.
A decisão foi tomada durante um encontro com parlamentares na residência oficial da Câmara, nesta terça-feira 1º.
Com as alterações feitas pelos senadores em junho, o texto da nova regra fiscal precisará passar por nova análise dos deputados. Havia a expectativa de que a proposta fosse votada já na retomada dos trabalhos do Congresso, nesta semana.
O governo é contrário ao adiamento, porque espera sancionar o texto antes da data-limite para o envio do projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024.
De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, Lira disse aguardar a conclusão das conversas de líderes do PP e do Republicanos com Lula para agendar a votação do marco fiscal. As legendas do Centrão tentam abocanhar mais espaço na Esplanada, enquanto o governo busca ampliar sua base de apoio.
O partido de Lira, por exemplo, indicou o deputado André Fufuca (MA) para ocupar um ministério com orçamento robusto. Já no Republicanos, a expectativa é que Silvio Costa Filho (PE) seja escolhido para uma pasta na dança das cadeiras.
Mais cedo, o ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, disse a jornalistas que Lula quer “conversar olho no olho” com as lideranças partidárias antes de bater o martelo sobre as trocas.
“Tem interesse, sim, do governo em atrair a bancada do Republicanos e do PP, que sugeriu nomes. As tratativas vão acontecer nos próximos dias”, acrescentou.
Com o adiamento, os deputados devem votar apenas requerimentos de urgência para projetos e eleger os representantes da Câmara para o Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça.
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