Política

Lira confirma proximidade com investigados, mas nega participação na fraude em kits de robótica

Segundo o presidente da Câmara, apesar da amizade declarada, cada um deve ‘responder pelo próprio CPF’

Foto: Reprodução
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O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), confirmou a proximidade e amizade com parte dos investigados por fraude em compras de kits de robótica. Ele nega, porém, qualquer envolvimento no esquema.

“Eu não posso responder por aliados, e não condeno ninguém. Esse assunto eu respondo pelo meu CPF. O Luciano vai responder por tudo que ele fez ou não fez. Luciano é meu amigo, mas eu não sou responsável pelo que meus amigos fazem. Tenham respeito e paciência pelo devido processo legal”, disse Lira ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira 31.

O Luciano citado é Luciano Cavalcante, seu antigo funcionário de gabinete, que atualmente ocupa um cargo na liderança do PP. Ele está no centro da operação que investiga a fraude na compra dos kits. Uma fase de buscas cumpridas pela PF em endereços ligados a Cavalcante revelaram anotações de pagamentos direcionados a ‘Arthur’. Ao programa, Lira negou que seja o Arthur citado.

“Eu sofri um constrangimento no dia do meu aniversário de todo mundo dizendo que aquele papel, que eu não conheço, não sei quem escreveu, não sei o que se relata e não sei do que trata…eu tive desprezo por ler a matéria [da revista piauí, que revelou a existência da anotação]”, disse Lira sobre o tema, passando em seguida a condenar ‘os vazamentos ilegais’ de trechos da investigação para a imprensa.

Agressão e violência sexual

No programa, Lira ainda comentou outro caso com repercussão recente com seu nome: a agressão e violência sexual contra sua ex-mulher Jullyene Lins. Ele foi questionado sobre o pedido para que matérias jornalísticas sobre o caso fossem retiradas do ar.

“Eu sou 100% contra a censura e 100% a favor da liberdade de imprensa. Eu nunca movi qualquer situação, mas pelo fato que já citei [como é no caso do] Celso Daniel…decisão do TSE. Nós temos no Brasil um binômio que deve andar junto: liberdade de imprensa com responsabilidade no que se publica”, iniciou.

“É um caso que aconteceu há quase 20 anos, já foi tratado em cinco eleições em Alagoas, de uma maneira que machuca muito a minha família e a mim. É um caso que renasce em todas as oportunidades e trazendo sempre a mesma coisa, então tem uma hora que você tem que recorrer”, justificou antes de alegar inocência. “Fui inocentado há 10 anos. Não posso pagar pelo mesmo assunto”.

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