Política

Líder do governo Bolsonaro no Senado é alvo de operação da PF

A suspeita é a de que Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) tenha recebido propina pelas obras de transposição do rio São Francisco

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A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira 19 uma operação no Congresso que tem como alvo o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB -PE) e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE).

A operação, batizada de Desintegração, apura desvio de dinheiro público de obras na região Nordeste, envolvendo os parlamentares e quatro empresas, entre elas a OAS. Um dos focos são as obras de transposição do rio São Francisco, período em que Bezerra atuava como ministro da Integração Nacional de Dilma Rousseff (PT).

A transposição do Rio São Francisco é a maior obra hídrica do Brasil. O eixo leste foi inaugurado às pressas pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em março de 2017, e logo em seguida, de maneira simbólica, pelos petistas Lula e Dilma. Já o eixo norte segue sem previsão para conclusão. O orçamento inicial de toda a obra saltou de 4,5 bilhões para 12 bilhões de reais.

A suspeita é de que dinheiro de contratos superfaturados ou fictícios de obras vinculadas ao Ministério da Integração Nacional tenha sido desviado para campanhas dos políticos.

 

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete dos dois políticos, no Senado e na Câmara, autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). Os acessos aos locais foram bloqueados.

A investigação, que envolve delações premiadas de doleiros e empresários, compreende ainda outros 52 mandados de busca e apreensão, que serão cumpridos, para além de Brasília e Recife, em Petrolina (PE), além dos estados de Alagoas, Bahia, Santa Catarina, Ceará, Paraíba e São Paulo.

Iniciada em 2017,  com a delação premiada de dois empresários presos na operação Turbulência, a ação prendeu à época donos do avião que caiu com o ex-governador pernambucano Eduardo Campos. Em depoimento, os colaboradores disseram ter pago propina ao senador Fernando Bezerra Coelho e ao filho entre 2012 e 2014. Os depósitos teria sido feitos por empreiteiras que estavam fazendo obras relacionadas com o ministério da Integração Nacional.

Para além da OAS, estariam envolvidas as empresas Constremac, Barbosa Mello e S.A Paulista.

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