“Liberdade de imprensa não é construída por robôs”, diz Alexandre de Moraes

Além de autorizar busca e apreensão no inquérito das fake news contra o STF, ministro pediu o bloqueio das redes sociais dos investigados

O ministro

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O ministro do Supremo Tribunal Federal , Alexandre de Moares, relator do inquérito que investiga fake news contra a corte, rebateu as acusações bolsonaristas de que a operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira 27 infringe a liberdade de expressão. “A liberdade de imprensa não é construída por robôs, quem são construídas por robôs são as fake news”.

A declaração do ministro foi feita durante um seminário da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). “Não se pode censurar, restringir a liberdade de manifestação, de liberdade de imprensa. Mas as pessoas devem arcar com as consequências de seus atos”, completou.

O ministro ainda chamou de “criminosa” a forma de organização de algumas mídias. “Não é possível que novas formas de mídia se organizem de forma criminosa com finalidades de propagação de discursos racistas, de discursos discriminatórios, de ódio e de discursos contra a democracia e instituições democráticas”.

Em sua decisão pelo inquérito, além da busca e apreensão de computadores, celulares e demais itens eletrônicos que possam estar relacionados à divulgação de fake news, o ministro Alexandre de Moraes pede o bloqueio das contas em redes sociais dos investigados, como Facebook, Twitter e Instagram, bem como o depoimento de cada um à Polícia Federal.

Também pede a quebra do sigilo bancário e fiscal dos empresários Edgard Gomes Corona e Luciano Hang, do humorista, músico e palestrante Reynaldo Bianchi Junior e dlo blogueiro Winston Lima.


Nesta manhã, agentes da polícia federal realizaram 29 buscas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.

Foram alvo da operação o blogueiro Allan Santos, do canal Terça Livre; a militante Sara Winter; o empresário Luciano Hang, proprietário da Havan; o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o blogueiro e dono do canal no YouTube “Cafezinho com Pimenta”, Winston Lima (DF); o empresário Edgard Corona (SP)dono das redes de academia SmartFit e BioRitmo; Edson Pires Salomão (SP), assessor parlamentar do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP); o youtuber Enzo Leonardo Suzi, do canal “Enzuh”; Marcos Bellizia, um dos líderes do movimento “Nas Ruas”; Otavio Fakhoury, um dos fundadores do Aliança pelo Brasil; Rodrigo Barbosa Ribeiro, assessor parlamentar do deputado Douglas Garcia (PSL); Reynaldo Bianchi Júnior, Bernardo Kuster; Eduardo Fabris Portella e Marcelo Stachin.

Parlamentares como os deputados federais Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junior do Amaral e Luiz Philippe de Orleans e Bragança não fizeram parte da busca e apreensão, mas estão na lista dos investigados. Eles foram intimados a prestar depoimento em até 10 dias. Os deputados estaduais de São Paulo Douglas Garcia (PSL) e Gil Diniz (PSL) também integram a lista.

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