Política

Lewandowski chama execução de delegado de ‘brutal’ e cobra celeridade na aprovação da PEC da Segurança

Para o ministro, a política armamentista do governo Bolsonaro pode ter facilitado o crime no litoral de SP

Lewandowski chama execução de delegado de ‘brutal’ e cobra celeridade na aprovação da PEC da Segurança
Lewandowski chama execução de delegado de ‘brutal’ e cobra celeridade na aprovação da PEC da Segurança
O ministro Ricardo Lewandowski na Câmara dos Deputados. Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, manifestou preocupação diante do assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, na Praia Grande, litoral de São Paulo. Em conversa com jornalistas na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira 16, ele colocou o governo federal à disposição para apoiar nas investigações.

“Muito nos preocupa, porque foi um assassinato brutal e isso mostra o nível de violência que infelizmente graça aqui no Brasil e também em outros países. É preciso que se diga isso”, avaliou Lewandowski antes de ser ouvido em uma comissão de deputados.

O ministro informou, também, ter ligado para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para ‘prestar solidariedade’ e ‘colocar a estrutura do ministério à disposição’ da gestão estadual. “Nós nos colocamos à disposição do Estado, sobretudo no que diz respeito à polícia científica. Temos um banco de dados no que diz respeito à balística, à DNA, informações”, detalhou. A responsabilidade por conduzir a apuração do caso é da Polícia Civil.

Política armamentista de Bolsonaro facilitou execuções

Para Lewandowski, a morte do delegado é mais um exemplo dos problemas causados pela política armamentista conduzida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro também mencionou a execução de Antônio Vinicius Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto de Guarulhos, em 2024, para sustentar sua tese.

“O atual governo está tentando agora, neste momento, fazer um controle dessas armas, sobretudo com relação aos CACs”, afirmou. “Essas armas estão muitas vezes em mãos de pessoas honestas de boa fé, atiradores, caçadores, colecionadores, mas também  caem nas mãos dos do crime organizado”, avaliou.

“Há outras razões muito graves para que o crime organizado se movimente, mas essa distribuição, essa disseminação de armas de todo calibre, inclusive calibre militar é uma das grandes responsáveis por estes assassinatos brutais que nós vemos”, completou.

PEC da Segurança Pública

Diante do caso, Lewandowski ainda defendeu que o combate ao crime organizado seja feita de maneira integrada tanto a nível nacional como internacional, eixo principal da PEC da Segurança Pública enviada pelo governo ao Congresso. “Por isso que eu estou hoje aqui na Câmara dos Deputados para discutir a PEC da Segurança Pública, que tem em vista exatamente a integração de todas as forças nacionais para combate deste flagelo que é o crime organizado”, declarou.

O ministro avaliou ainda que a PEC da Segurança Pública é de interesse suprapartidário e que deve tramitar com a maior celeridade possível no Legislativo. A proposta será inicialmente avaliada por uma comissão especial, instalada na semana passada. O colegiado é presidido pelo deputado Aluísio Mendes (Republicanos-MA). O relator é o deputado Mendonça Filho (União-PE).

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