Rei morto, rei posto. No Paraná, o adágio popular tem sido levado ao paroxismo, com uma sucessão abreviada diante de um monarca agonizante. Até o fim ano, o Tribunal Superior Eleitoral deve julgar o pedido de cassação do mandato do senador Sergio Moro. Depois da malfadada tentativa de disputar a Presidência da República pelo Podemos, o ex-juiz contentou-se em disputar o Senado por outro partido, o União Brasil. Venceu a disputa com 1,9 milhão de votos, mas tornou-se alvo de duas ações que questionam os gastos feitos na pré-campanha, quando ainda sonhava com o Palácio do Planalto. Por vestir durante meses a fantasia de presidenciável, isso o colocou em situação de vantagem indevida em relação aos demais candidatos, questionam o PL de Jair Bolsonaro e a federação liderada pelo PT no estado. Muito antes de o caso chegar à Corte eleitoral, políticos paranaenses estão de olho na vaga, e os partidos já encomendam sondagens eleitorais para definir candidatos.
O infortúnio da ex-senadora Selma Arruda alimenta as especulações sobre o destino de Moro. Eleita pelo PSL de Mato Grosso, Arruda, também juíza, conhecida como a “Moro de saias” pelo “rigor” com que atuava no combate à corrupção, foi cassada por unanimidade pelo TSE em dezembro de 2019, sob a acusação de uso do “caixa 2” na campanha. O processo contra Moro guarda algumas semelhanças, mas ainda está na fase de instrução no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. O desembargador Mario Helton Jorge, relator do caso, rejeitou os pedidos da defesa para anular sumariamente o processo e autorizou a produção das provas.
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