Política

Lei frustrou promessa para a ampliação de cotas para negros e trans no ‘Enem dos Concursos’

Promessa de ampliação de vagas foi feita publicamente pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, antes da criação do Concurso Nacional Unificado

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Apesar da promessa de inclusão de reservas de vagas para pessoas trans e o aumento de cotas para negros, o governo federal manteve apenas as cotas previstas na legislação no edital do Concurso Nacional Unificado, publicado nesta quinta-feira 11.

A ausência da alteração nas cotas prevista foi esclarecida pela ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, durante o programa “Bom dia, Ministra”, veiculado nesta quarta-feira 17. “Estamos discutindo no Congresso um novo Projeto de Lei de cotas no serviço público. Precisamos ampliar sim, para outros grupos minorizados e que têm dificuldade de entrar no mercado de trabalho. Mas no atual concurso, estamos mantendo as cotas que estão previstas na legislação”, pontuou.

Em nota, o Ministério Público Federal recomenda a retificação do edital do Concurso Nacional Unificado, que abrirá inscrições na sexta-feira 19. O texto recomenda a garantia de reserva de 2% das vagas totais destinadas às pessoas trans, uma vez que a medida foi publicamente anunciada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em junho do ano passado.

O MPF ressalta que a quebra da confiança depositada pela população nas declarações do ministro Luiz Marinho gera consequências jurídicas para o Estado, uma vez que a lei veda comportamentos contraditórios diante a Administração Pública.

No documento, os procuradores regionais dos Direitos do Cidadão Martha Figueiredo e Lucas Costa Almeida Dias destacam que o governo pode implementar as cotas em concursos públicos por ato próprio, sem a necessidade de um projeto de lei específico. A ação é sustentava por um entendimento prévio do Supremo Tribunal Federal em um caso semelhante, quando reconheceu a constitucionalidade de cotas étnico-raciais criadas pela Universidade de Brasília em ato administrativo direto.

Em junho de 2023, Marinho afirmou ao lado do presidente Lula que havia determinado a criação das novas cotas para 900 vagas de auditores, projetadas antes da unificação dos concursos promovidos pelo governo. Segundo o Ministério do Trabalho, o recuo na promessa acontece justamente pela mudança no formato, e que agora a alteração nas cotas ficará a cargo do Ministério da Gestão e Inovação.

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