Política

Lava Jato torna Lula réu mais uma vez, agora em São Paulo

Acusação tem por base doação legal e contabilizada feita ao Instituto Lula e informada às autoridades

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“Podem me prender. Podem tentar me calar. Mas eu não mudo minha fé nos brasileiros”

Preso há quase nove meses em Curitiba, Lula se tornou réu mais uma vez. A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo apresentou nesta sexta feira 14 uma nova denúncia contra o ex-presidente Lula, em um processo movido pelo Ministério Público Federal.

O MPF acusa o ex-presidente de ter recebido 1 milhão de reais da construtora ARG em forma de doações ao Instituto Lula. Em contrapartida, dizem os procuradores, Lula teria facilitado negócios da empresa na Guiné Equatorial junto ao presidente Teodoro Obiang.

A denúncia foi apresentada no dia 26 de novembro e recebida hoje pela Justiça Federal.

Rodolfo Giannetti Geo, dono da empresa, vai responder por tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Lula não foi denunciado por tráfico de influência, pois o crime prescrito para maiores de 70 anos.

Os fatos teriam ocorrido entre 2011 e 2012, quando Lula já não era mais presidente. Segundo a denúncia, Geo o procurou e pediu que “buscasse o auxílio do mandatário da Guiné Equatorial para que o governo africano continuasse realizando transações comerciais com o Grupo ARG, especialmente na construção de rodovias”. O ARG já atuava no país desde 2007.

Sustentam a acusação e-mails e documentos apreendidos no Instituto Lula, como uma troca de e-mails entre Clara Ant, diretora do Instituto Lula, Geo e o ex-ministro Miguel Jorge, além de cartas de Lula endereçadas à Obiang. Esse material foi descoberto em março de 2016, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

A defesa do ex-presidente nega todas as acusações e classifica a ofensiva do MPF como mais um capitulo da guerra jurídica contra o ex-presidente.

Em nota, os advogados sustentam que a denúncia não apresenta qualquer ato concreto de Lula que pudesse caracterizar lavagem de dinheiro.  “A doação questionada foi dirigida ao Instituto Lula, que não se confunde com a pessoa do ex-presidente. Além disso, trata-se de doação lícita, contabilizada e declarada às autoridades.”

Leia também: Pallocci admite que acusações a Lula lhe rendem benefícios

Leia na íntegra:

“A abertura de uma nova ação penal contra Lula com base em acusação frívola e desprovida de suporte probatório mínimo é mais um passo da perseguição que vem sendo praticada contra o ex-presidente com o objetivo de impedir sua atuação política por meio da má utilização das leis e dos procedimentos jurídicos (lawfare).

A denúncia não aponta qualquer ato concreto praticado por Lula que pudesse configurar a prática de lavagem de dinheiro ou tráfico de influência.

A doação questionada foi dirigida ao Instituto Lula, que não se confunde com a pessoa do ex-presidente. Além disso, trata-se de doação lícita, contabilizada e declarada às autoridades, feita por mera liberalidade pelo doador.

Os equívocos do Ministério Público Federal na nova ação contra Lula serão apontados ao longo da ação, que deverá resultar na absolvição do ex-presidente.”

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