Política

‘Largo da Batata Ruffles’: em meio a críticas, prefeitura de São Paulo recua de vender nome a multinacional

A concessão renderia aos cofres municipais, em um período de dois anos, um valor de 1,1 milhão; ‘preço de banana’, diz vereador

‘Largo da Batata Ruffles’: em meio a críticas, prefeitura de São Paulo recua de vender nome a multinacional
‘Largo da Batata Ruffles’: em meio a críticas, prefeitura de São Paulo recua de vender nome a multinacional
Região do Largo da Batata, em São Paulo (Foto: Luiz França/CMSP)
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A Prefeitura de São Paulo recuou, nesta quinta-feira 12, do acordo de cooperação firmado com a marca Ruffles, da PepsiCo, para revitalizar o Largo da Batata, espaço público localizado no bairro de Pinheiros.

A concessão, firmada entre a Subprefeitura de Pinheiros e a multinacional, previa que, durante dois anos, o local recebesse intervenções estruturais, como a instalação de uma pista de skate, revitalização da academia ao ar livre e melhorias no parquinho.

Também estava prevista uma horta comunitária em que a marca pretendia plantar batatas, em referência ao nome do local. Em contrapartida, a empresa passaria a identificar o espaço como ‘Largo da Batata Ruffles’ em suas ações de marca.

O montante da proposta de comodato e doação de bens e serviços firmada com a empresa Farah Service, especializada em restauro de espaços públicos é de 1,1 milhão de reais pelo período de dois anos.

Créditos: Reprodução

A parceria foi criticada pelo vereador Nabil Bonduki (PT), que também apontou irregularidades no processo de condução do acordo pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). “Negociaram um marco da cidade a preço de banana’, registrou, via redes sociais. “Marketing barato em um lugar que merece respeito e boa gestão pública.”

O parlamentar também questiona o fato de concessão anunciada ter como base um decreto assinado em 2018, pelo então governador João Doria (PSDB) que regula o recebimento de comodatos e bens – mas que não se aplica a espaços públicos. “Mesmo assim, o processo avançou na Subprefeitura de Pinheiros sem análise da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão que deveria avaliar a exposição de marcas.”

A reportagem de CartaCapital procurou a Prefeitura para comentar o caso e foi informada, em nota, que a gestão municipal tornou sem efeito o termo de doação até que sejam reavaliados os documentos e que a CPPU responsável possa se manifestar.

“A Prefeitura de São Paulo informa que tornou sem efeito nesta quinta-feira (12) o Termo de Doação Nº 06/SUB-PI/2024 objetivando a reanálise documental e tempo hábil para manifestação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) a respeito da proposta de parceria para o Largo da Batata”, destaca o texto.

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