Laboratório do Exército produziu 12 vezes mais cloroquina que o normal em 2020

Um documento enviado por Braga Netto à CPI da Covid detalha a produção do medicamento pelos militares em ano de pandemia

Manifestantes pró- cloroquina e contra a vacina no Dia da Independência em Curitiba (Foto: Eduardo Matysiak/Futura Press)

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O Ministro da Defesa, General Braga Netto, entregou à CPI da Covid um ofício no qual aponta um aumento exponencial da produção de cloroquina pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército.

Segundo o documento , enviado em resposta ao requerimento 529/2021 e obtido por CartaCapital, em 2020 foram produzidos pelo laboratório militar 3.229.910 comprimidos de cloroquina 150 mg, tendo as produções iniciadas nos meses de março (1,2 milhão ao custo de R$ 442 mil); abril (718 mil comprimidos ao custo de R$ 253,8 mil); e maio (1.2 milhão de comprimidos ao custo de R$ 445 mil). O custo médio por comprimido, portanto, é de 0,36 centavos.

Para se ter uma ideia, em março de 2017 foram produzidos 259 mil comprimidos ao custo de R$ 43 mil para atender a demanda interna de 2018 e 2019. O custo médio de cada comprimido foi de 0,16 centavos.

Em resumo: só em 2020 foram produzidas mais de 3 milhões a mais de comprimidos de cloroquina pelo Exército do que o utilizado em dois anos. Quanto ao valor, só em 2020, ano da pandemia e que o governo federal fez da cloroquina política pública de saúde contra a Covid, foram gastos R$ 1,2 milhão pelo laboratório do Exército, um milhão a mais que o gasto para abastecer o Brasil nos anos de 2018 e 2019.

Ainda de acordo com o documento, a produção extra de cloroquina pelo Laboratório do Exército foi feita mediante a publicação da Nota Informativa 05/2020 do Ministério da Saúde, de 27 de março, que trazia os critérios de distribuição do medicamento.


Como existe estoque do medicamento, não houve produção por parte do Exército em 2021.

 

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