Política

Justiça suspende CPI contra primeiro prefeito do PSOL

Para Ministério Público, comissão criaria um “clima de instabilidade político institucional” no município do interior do Rio

Justiça suspende CPI contra primeiro prefeito do PSOL
Justiça suspende CPI contra primeiro prefeito do PSOL
Prefeito discursa durante manifestação na cidade do interior do Rio de Janeiro
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A Comissão Parlamentar de Inquérito que poderia resultar na cassação do primeiro prefeito eleito do PSOL foi suspensa na segunda-feira 16 pela Justiça do Rio de Janeiro. O prefeito de Itaocara (RJ), Gelsimar Gonzaga, classificava a iniciativa dos vereadores como um “golpe”. Os opositores alegavam que o prefeito não havia respondido requerimentos de informação feitos por um cidadão, e por isso deveria ser investigado.

A decisão de suspender a sessão que resultou na CPI foi tomada a pedido do Ministério Público após Fernando Arcenio, o único vereador do PSOL na cidade de 23 mil habitantes, impetrar um mandado de segurança em favor do prefeito. Arcenio alega que não teve acesso aos documentos que levaram à instauração da CPI no dia 3 de dezembro. Segundo o Ministério Público, a criação da comissão poderia criar um “clima de instabilidade político institucional” na cidade.

O juiz Rodrigo Rocha de Jesus determinou que o presidente da Câmara, Robertinho Cruz (PR),  preste informações sobre a sessão em um prazo de dez dias. Em entrevista a CartaCapital, Robertinho não soube especificar quais eram os objetos da CPI (Leia a íntegra da reportagem).

“Macapá não tem mensalão”

Em entrevista a CartaCapital, o prefeito Gelsimar havia classificado como “mensalão” a prática de alianças de outro prefeito do partido, Clécio Luis, em Macapá (AP). Em e-mail enviado a CartaCapital, Gelsimar retificou suas declarações. Leia abaixo parte do comunicado do prefeito:

Aproveito para esclarecer o que realmente quis dizer no trecho da matéria em que aparece a afirmação de que em Macapá, Clécio pratica mensalão, por conta das alianças que faz. Na verdade, quis dizer que o arco de alianças eleitorais e de governabilidade em Macapá são mais amplos do que os que defendo, porém retifico que tenho certeza de que não há em Macapá a utilização do método de governança que no Brasil ficou vulgarmente conhecido como mensalão.

Por último, a liminar judicial concedida ao nosso vereador é apenas uma parte da batalha de tentar se estabelecer novos parâmetros de governabilidade dentro do regime político brasileiro, e aproveito a ocasião para registrar nacionalmente e reiterar a proposta de governar com ampla transparência, fazendo abertas e divulgando todas as reuniões entre o executivo e o legislativo, para que não paire nos pensamentos de nenhum munícipe qualquer tipo de dúvida acerca dos assuntos tratados.”

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