Política
Justiça manda remover vídeos em que Marçal faz insinuações sem provas contra Boulos
O deputado também terá direito de resposta pelo dobro do tempo em que o conteúdo impugnado permanecer no ar


A Justiça Eleitoral em São Paulo mandou remover das redes sociais os vídeos em que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) associa sem provas Guilherme Boulos (PSOL), seu concorrente na disputa pela prefeitura da capital paulista, ao consumo de cocaína. A decisão é do juiz Rodrigo Colombini, da 2ª Zona Eleitoral.
O prazo para a exclusão do material é de 24 horas. O deputado também terá direito de resposta pelo dobro do tempo em que o conteúdo impugnado permanecer no ar.
O pedido para derrubar os vídeos foi apresentado pelos advogados de Boulos nesta sexta-feira.
Ao solicitar a remoção do material, a defesa do psolista sustentou que Marçal constrói uma versão “criminosa, desqualificada e irresponsável” por meio de diversas insinuações de que o deputado seria usuário de cocaína.
Trata-se, segundo os advogados, da tentativa de “criação de um factoide, a fabricação de uma falsa acusação a ser repetida e compartilhada nas redes sociais com o único objetivo de atacar a honra” de Boulos e prejudicar sua imagem.
Na convenção do PRTB, Marçal prometeu revelar que dois adversários seriam “cheiradores de cocaína”. Durante o debate na TV Band, nesta quinta-feira 8, o candidato fez diversas referências veladas sobre o consumo da droga quando se dirigia a Boulos, a exemplo de tapar uma das narinas enquanto aspirava com a outra.
Ao final, o influenciador citou nominalmente o seu concorrente em conversa com jornalistas. Questionado sobre a possibilidade de provar as afirmações, Marçal tergiversou. “Na hora certa eu vou mostrar”, alegou. Apoiadores de Boulos que estavam atrás dos jornalistas rebateram imediatamente: “Babaca, mentiroso, psicopata”.
Em outra ação, os advogados de Guilherme Boulos solicitaram à Justiça Eleitoral que o ex-coach seja investigado por crime contra a honra e divulgação de notícias falsas com o objetivo de influenciar a eleição. O juiz do caso ainda não se manifestou sobre o pedido.
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