Política
Justiça Federal confisca mais de R$ 100 mi de quadrilha de Cachoeira
Foi decretada a perda de bens do bicheiro, de quatro integrantes de seu grupo e de “laranjas”. Entre os itens, há até um avião
A Justiça Federal decretou a perda de bens do bicheiro Carlinhos Cachoeira, de quatro integrantes de sua quadrilha de jogos ilegais e também de “laranjas”. Somados, os bens ultrapassam 100 milhões de reais. A decisão, proferida em março e anunciada nesta quinta-feira 21, inclui diversos apartamentos, lotes, casas, fazendas, empresas, carros e até uma aeronave.
Os valores serão entregues à União, que também receberá uma multa de 156 mil reais devido aos danos acarretados pelos membros do grupo à sociedade.
A decisão ocorreu após a análise de embargos do MPF em Goiás para uma sentença de dezembro de 2012.
Na lista de bens, apenas um terreno está em nome de Cachoeira: uma área de 904 metros quadrados em um condomínio de luxo em Goiânia, avaliada em 1,5 milhão de reais.
O operador do esquema de jogos, José Olímpio de Queiroga Neto, perdeu cinco apartamentos no Distrito Federal (estimados em 2,3 milhões de reais), duas fazendas (450 mil), um prédio comercial de 8 milhões de reais também no DF e um posto de lavagem e lubrificação.
Lenine Araújo de Souza, primo do bicheiro e suposto contador da quadrilha, terá de entregar à Justiça dois carros, três terrenos em Valparaíso (GO) e dois imóveis em Caldas Novas (GO), estimados em 300 mil reais.
O araponga do grupo, o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, perdeu dois carros e um apartamento em Brasília, avaliados em 600 mil reais. Enquanto Raimundo Queiroga, outro operador de jogos, perdeu uma fazenda de 10 mil metros quadrados em Luziânia (GO), estimada em 1 milhão de reais.
Os integrantes do grupo já haviam sido condenados por formação de quadrilha armada, corrupção ativa, peculato e violação de sigilo perpetrado por servidores públicos federais, estaduais e municipais.
Cachoeira recebeu 39 anos e 8 meses de sentença, mas responde em liberdade. Lenine Araújo foi condenado a 24 anos e 4 meses, José Olímpio Queiroga, a 23 anos e 4 meses, e Dadá, a 19 anos e três meses.
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