A justiça paulista autorizou a quebra do sigilo fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. A autorização atende a uma decisão proferida pela 10.ª Câmara de Direito Público na última segunda, 18. Salles é alvo de uma investigação por suposto enriquecimento ilícito conduzida pelo Ministério Público Estadual (MP-SP) desde junho. O MP já tinha pedido os dados do ministro em duas ocasiões, mas os pedidos haviam sido negados pela Justiça.
No foco da investigação, conduzida pelo promotor Ricardo Manoel Castro, está o patrimônio de Salles, que saltou de 1,4 milhão para 8,8 milhões entre 2012 e 2018. Ela começou em julho depois de uma representação feita pela empresa Sppatrim Administração e Participações, que levantou suspeita sobre a evolução patrimonial de Salles com base nas declarações de bens que ele mesmo prestou à Justiça Eleitoral.
As divergências aparecem quando se compara as declarações do ministro em 2012, quando foi candidato a vereador e em 2018, quando foi candidato a deputado federal pelo partido Novo. No primeiro período, Salles declarou aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto. Já em 2018, o ministro informou possuir dois apartamentos de 3 milhões cada, 2,3 milhões em aplicações e um barco de 500 mil.
No período, o ministro ocupou dois cargos do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Entre março de 2013 e novembro de 2014, foi secretário particular do ex-governador. Entre julho de 2016 e agosto de 2017, foi secretário do Meio Ambiente.
Salles nega as acusações de irregularidades em suas contas. “Todos os meus rendimentos e bens foram declarados por mim mesmo”, disse o ministro à reportagem do UOL. “Não tenho nenhum receio acerca da análise dos dados.”
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