Justiça absolve Haddad e Tatto de acusações sobre ‘indústria da multa’

Juíza afirmou que Ministério Público não apresentou prova de que gestão de Haddad tenha instalado radares com a intenção de multar mais

Haddad e Jilmar Tatto em ato de oficialização da candidatura — Foto: Felipe Araújo/Divulgação

Apoie Siga-nos no

A Justiça de São Paulo absolveu o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) e o secretário de Transportes à época, Jilmar Tatto, de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de São Paulo, que acusava ambos de criarem, intencionalmente, uma “indústria da multa” para arrecadar mais recursos.

O MP-SP acusava a gestão Haddad de utilizar a receita arrecadada “para construir terminais de ônibus, vias cicláveis”, além de destinar parte dela para “pagamento de folha de salários da CET e Guarda Civil Metropolitana”.

A decisão, assinada pela juíza Carmen Cristina Fernandez Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara de Fazenda Pública, levou em conta a falta de provas de que existiriam radares intencionalmente colocados em locais com autuação mais provável do que em trechos perigosos – onde há orientação para a vigilância -, a principal alegação dos promotores. Logo, a principal acusação não se sustentou.

“Curiosamente, contudo, ao ser instado, o Ministério Público manifestou desinteresse em produzir provas e, expressamente intimado a indicar os radares referidos, ou seja, aqueles que em 2015 se encontravam instalados nesta urbe em locais inapropriados e com finalidade exclusivamente arrecadatória, informou que esta circunstância jamais se constituiu em causa de pedir da ação”, apontou a juíza.

“Se de fato não havia, desde o princípio, a intenção de que a “indústria das multas” constituísse a causa de pedir da ação, o Ministério Público jamais deveria ter inserido esta acusação na vestibular”, complementou.

 


 

No mais, a denúncia também alegava que a gestão municipal não realizava os repasses adequados ao  Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (FUNCET) e ao Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT), que utilizam de recursos provenientes das multas.

A juíza também afirma que as contas do município referentes ao exercício de 2015 foram todas aprovadas, segundo consta o Relatório do Tribunal de Contas, “o que revela a inexistência de qualquer ilegalidade relevante, capaz de configurar improbidade administrativa”.

Leia a decisão na íntegra.

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.