Juiz suspende depoimento de Lula no caso dos caças suecos

A defesa do ex-presidente citou as mensagens da Vaza Jato, as quais expõem um projeto para 'criar acusações sabidamente falsas'

Caça do modelo Gripen. Foto: FABRICE COFFRINI/AFP

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O juiz Frederico Viana, substituto da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, suspendeu os depoimentos do ex-presidente Lula, de seu filho Luís Cláudio e de todos os acusados na ação que investiga a compra de caças suecos durante o governo de Dilma Rousseff.

 

 

A oitiva de Lula estava marcada para a próxima quinta-feira 27, por ordem do juiz Frederico Botelho de Barros Viana, também substituto da 10ª Vara. O depoimento faria parte de uma ação penal aberta em 2016 após o Ministério Público Federal apresentar uma denúncia motivada pela compra de 36 caças do modelo Gripen.

Os supostos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa teriam sido cometidos entre 2013 e 2015. A denúncia do MPF contra Lula foi apresentada em dezembro de 2016.


Na peça que levou à suspensão do depoimento, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, cita as mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato em Curitiba, as quais expõem um projeto para “criar acusações sabidamente falsas”.

O despacho do magistrado informa, ainda, que a defesa argumenta “que tais mensagens, que vieram à lume apenas após a decisão do Ministro Lewandowski, deferindo acesso ao material apreendido no âmbito da Operação Spoofing, demonstram que carece aos Exceptos a imparcialidade que deve pautar sua atuação, pois permitem verificar que a denúncia oferecida nos autos principais fora construída pela força-tarefa do Paraná em um contexto que buscava, injustamente, condenar, principalmente, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA por crimes que não praticou”.

Na decisão, Viana reforça a importância da imparcialidade nas apurações e estabelece o prazo de trinta dias para que o MPF se manifeste sobre as teses apresentadas pela defesa. Até lá, ficam suspensas as oitivas.

 

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