Juiz auxiliar de Moraes vê ligação de empresários bolsonaristas com o Gabinete do Ódio

O magistrado recomenda 'celeridade' e afirma ser 'urgente a interrupção de eventual propagação dos discursos de ódio'

FOTO: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

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O juiz Airton Vieira, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, afirmou ver ligação entre empresários bolsonaristas e o financiamento do chamado Gabinete do Ódio

Moraes determinou nesta segunda-feira 29 a retirada do sigilo da decisão que deu origem à ação da Polícia Federal contra empresários que defenderam um golpe de Estado.

No documento de 121 páginas, Vieira cruzou os dados de inquéritos sobre fake news (4.781), atos antidemocráticos (4.828), milícias digitais (4.874) e protestos do 7 de Setembro de 2021 (4.879). 

O resultado mostrou, segundo ele, “estrita correlação com o rumo de investigações pregressas, todas elas voltadas ao possível financiamento de notícias fraudulentas, discursos de ódio e ataques orquestrados”. Por exemplo, entre Luciano Hang, da Havan, e Afrânio Barreira, do Coco Bambu, que já eram investigados em outros inquéritos. Eles são suspeitos de bancar a divulgação de atos antidemocráticos do 7 de Setembro do ano passado. 

 


Outro empresário que teria financiado o ato é Marlon Bonilla, do grupo Pro Tork. No documento, Vieira diz que Bonilla “possui relação comercial com Luciano Hang”.

Vieira indica que, diante da proximidade do Dia da Independência de 2022, “as provas juntadas nos autos, somadas a outros fortes indícios, não permitem que a troca de mensagens com caráter evidentemente antidemocrático possa ser ignorada”. 

Ele sugere que o processo seja tratado com “celeridade” e diz ser “urgente a interrupção de eventual propagação dos discursos de ódio”.

Leia o documento na íntegra:

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