Política
Jorginho Mello sanciona lei para conscientizar sobre ‘a importância da propriedade privada’
‘Abril Amarelo’: a ligação entre meses e cores é utilizada normalmente em campanhas associadas à saúde
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), sancionou uma lei que institui o Abril Amarelo, dedicado à “conscientização sobre a importância da defesa da propriedade privada”.
Segundo a gestão estadual, o objetivo é incentivar a colaboração entre vizinhos e proprietários para combater invasões e acampamentos irregulares. “Aqui, o invasor é tratado como criminoso”, declarou o governador.
O secretário de Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, afirmou que Santa Catarina tem 405 mil propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural, o que a tornaria um “mini-estado fundiário”.
Tradicionalmente, as cores são associadas aos meses para conscientizar sobre campanhas de saúde, casos do Setembro Amarelo, que aborda a importância da prevenção do suicídio, e do Outubro Rosa, a respeito da conscientização sobre o controle do câncer de mama.
Bolsonarismo
Jorginho Mello teve de se explicar à Polícia Federal neste mês, após dizer que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “conversam muito”. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes proibiu o contato entre eles.
No depoimento, determinado por Moraes, o governador afirmou ter cometido um “equívoco”.
Em entrevista à Jovem Pan em 13 de janeiro Mello disse que “o nosso presidente Valdemar conversa muito com o Bolsonaro, que é o presidente de honra”.
À polícia, porém, o governador respondeu que “cometeu um equívoco quanto ao verbo ‘conversar'” e que, na verdade, quis dizer que Valdemar e Bolsonaro “conversavam muito na sede do Partido Liberal antes da concessão da medida cautelar pelo STF”.
Bolsonaro e Valdemar estão proibidos de conversar desde fevereiro do ano passado, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, voltada à investigação da trama golpista de 2022.
Os dois também constam da lista de indiciados pela PF no caso. Cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se oferece uma denúncia, arquiva a apuração ou solicita mais diligências.
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