Política
Jogo do Flamengo, fim de mês e férias escolares esvaziaram ato de Bolsonaro em SP, alega líder do PL
Ex-presidente reuniu pouco mais de 12 mil pessoas na capital paulista


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu um público abaixo do esperado pela extrema-direita na manifestação organizada no último domingo 29 na Avenida Paulista, em São Paulo: 12,4 mil pessoas, segundo estimativa do Monitor do Debate Político, da Universidade de São Paulo.
Presente no ato, o líder do PL no Congresso, deputado Sóstenes Cavalcante (AL), citado pelo jornal Folha de S. Paulo, tentou encontrar motivos para o baixo comparecimento. Segundo ele, o fato da manifestação ter sido feita no final do mês não deve ser descartada, assim como a coincidência da data do evento com a realização do jogo do Flamengo contra o Bayern de Munique, pela Copa do Mundo de Clubes da FIFA.
“Acho interessante quem fala que está mais esvaziado. Realmente, é o penúltimo dia do mês, o nosso povo vem sempre pagando passagem, mais as despesas de Uber”, justificou o parlamentar, que mencionou em outro momento a partida e o recesso escolar como motivos para a baixa adesão ao ato.
Ele, ainda sobre o público, disse ‘desafiar a esquerda’ a colocar ‘um terço da quantidade’ de bolsonaristas presentes na Paulista em uma manifestação.
Público em queda
Há quase três meses, quando Bolsonaro fez um outro ato na Paulista, o ex-capitão conseguiu reunir um público de quase 45 mil pessoas, segundo o monitor da USP. Antes, em fevereiro, Bolsonaro reuniu 185 mil manifestantes na capital paulista, quando fez uma manifestação para pedir anistia política aos presos pelo 8 de Janeiro.
No evento deste domingo, diante das 12 mil pessoas, Bolsonaro fez um discurso mais focado na disputa legislativa do ano que vem do que, propriamente, na eleição presidencial.
“Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, afirmou Bolsonaro. “Não interessa onde eu esteja, aqui ou no além, quem estiver na liderança [do Legislativo] vai mandar mais que o Presidente da República”, complementou.
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