O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu nesta segunda-feira 1 a abertura de um inquérito policial contra a ativista bolsonarista Sara Winter por crimes contra a hora e ameaça contra ele. Doria acusa a ativista de ter praticado 31 crimes de difamação em postagens nas redes sociais e de tê-lo ameaçado, convocando pessoas para irem até a casa do governador para “infernizar sua vida”.
A notícia-crime, elaborada pelo advogado Fernando José da Costa, pede que a Polícia Civil apure os supostos crimes cometida pela ativista. Em suas publicações, Winter chama Doria de “mau caráter”, “sádico”, “oportunista”, “Botox ambulante” e “escalador político”, entre outras ofensas.
Alguém tem o endereço da casa do @jdoriajr?? Estou com o do @wilsonwitzel já!
Enquanto eles se acharem donos do Brasil o povo brasileiro vai pra porta da casa deles infernizarem ambos até que entendam que QUEM MANDA NO BRASIL SOMOS NÓS!
— Sara Winter (@_SaraWinter) April 5, 2020
Em uma publicação, a ativista acusou o governador de inflar o número de mortes pelo coronavírus.
DORIA ESTÁ INFLANDO O NÚMERO DE MORTES!
Não vamos esquecer que no dia 20 de março de 2020, Ditadoria, o Botox Ambulante de São Paulo, sancionou a resolução nº 26, que considera qualquer cadáver, independentemente da causa mortis, um “portador potencial de infecção por Covid-19”.
— Sara Winter (@_SaraWinter) April 10, 2020
“No contexto ora delineado, tem-se que a noticiada [Sara Winter] praticou, no total, 31 (trinta e um) crimes de difamação contra o noticiante [João Doria]. Isto porque os crimes foram cometidos mediante a prática de mais de uma ação, referindo-se cada uma delas a uma ofensa diferente”, aponta o pedido.
Winter já é investigada no inquérito que apura ameças e fake news contra o Supremo Tribunal Federal (STF), tendo sido um dos alvos de busca e apreensão na operação da Polícia Federal da semana passada.
Em nota, Sara Winter diz ser “difícil compreender como um governador que tem tantos problemas para cuidar em seu estado gasta tempo e recursos humanos e materiais perseguindo quem o critica”. “A vida pública tem dessas coisas: ‘gregos e troianos’ juntos como observadores implacáveis. Como bem disse o Ministro Alexandre de Moraes em julgado de 2018, “Quem não quer ser criticado fique em casa”, afirma a ativista.
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