O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo de Jair Bolsonaro (PL), negou o seu envolvimento com o planejamento dos atos golpistas que antecederam a posse do presidente Lula (PT) e que ocorreram em 8 de Janeiro.
Depoente como testemunha da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os ataques antidemocráticos, nesta terça-feira 26, Heleno afirmou que o GSI não tinha missões em 30 de outubro, data do 2º turno, além de atuar na proteção de Bolsonaro e do vice-presidente, Hamilton Mourão.
O militar também afirmou que não participou das ações de 12 de dezembro, quando houve depredações nas ruas em Brasília, nem da articulação do atentado a um aeroporto da capital federal em 24 de dezembro.
Em relação ao dia 8 de Janeiro, Heleno alegou que já não era mais ministro e, portanto, não teria “condição de prestar esclarecimentos”. Ele afirmou que não manteve contato com servidores do GSI após a posse de Lula.
“Eu jamais me vali de reuniões, ou palestras, ou conversas, para tratar de assuntos eleitorais ou político-partidários com meus subordinados no GSI. Não havia clima para isso, e o único ser político do GSI era eu mesmo. Os demais eram servidores do Estado brasileiro”, declarou Heleno aos parlamentares.
O general também sustentou que “não ficou DNA bolsonarista” no GSI, em resposta a uma suposta publicação jornalística que teria utilizado a expressão.
“Não ficou DNA bolsonarista do general Heleno, porque jamais tratei de política com os meus servidores”, insistiu o ex-ministro. “Essa história de que o meu DNA é bolsonarista não me atinge.”
Heleno havia pedido ao Supremo Tribunal Federal uma autorização para não comparecer à CPMI, mas, por decisão do ministro Cristiano Zanin, ele foi obrigado a estar presente, apenas sob a permissão de silêncio. O militar, então, decidiu responder às perguntas.
O requerimento do depoimento é de autoria da relatora Eliziane Gama (PSD-MA), por suspeitas de que o ex-ministro do GSI teria recebido envolvidos com os atos golpistas na sede da pasta.
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