A cabo da Polícia Militar do Distrito Federal, Marcela da Silva Morais Pinno, ouvida nesta terça-feira 12, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas do dia 8 de Janeiro, disse à Comissão que nunca havia estado “diante de tamanha agressividade”.
“Jamais, nesses quatro anos de atuação, estive diante de tamanha agressividade como em 8 de janeiro”, afirmou.
Durante a invasão dos prédios públicos, a agente chegou a ser empurrada por bolsonaristas de uma das cúpulas do Congresso, enquanto tentava conter os criminosos.
“Um coquetel molotov chegou a bater no meu escudo, mas ele falhou. Fomos jogados, empurrados mesmo, do alto da cúpula. Eu cai de 3 metros de altura e, depois, consegui retornar pela lateral do Congresso”, contou.
Os criminosos também tentaram confiscar sua arma, relatou, enquanto a agrediam com barras de ferro e chutes.
“Senão fosse os meus colegas, eu certamente não estaria aqui”, disse.
O relato da agente de segurança coloca em xeque a versão bolsonarista de que os atos tinham caráter pacífico, contando inclusive com a presença de crianças.
“Na linha de frente dos manifestantes não havia crianças”, afirmou a agente de segurança pública. “Haviam idosos e crianças mais atrás. Mas não na linha de frente”, completou.
Pinno ainda afirmou que os vândalos estavam “organizados” e disse que eles “provavelmente foram orientados”.
Questionada se as pessoas à frente das invasões eram apenas manifestantes, a PM afirmou que a postura adotada pelos bolsonaristas era diferente daquela presenciada em outros atos.
“Naquele sentido, eles já não eram manifestantes, eram vândalos”, disse, constatando a violência dos atos.
Ela ainda destacou que o que mais chamou a atenção dos agentes naquele episódio foi a violência imposta aos policiais.
“Era nítida a intenção de que eles estavam dispostos a tudo, inclusive, de atentar contra a nossa vida, como foi feito”, afirmou.
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