Política
Irmão de Cláudio Castro é alvo de operação da PF por fraudes em programas assistenciais do Rio
Esquema fraudulento teria ocorrido entre os anos de 2017 e 2020


A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira 20, três mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre corrupção e lavagem de dinheiro em quatro projetos sociais do estado do Rio de Janeiro. Entre os investigados está Vinícius de Sarciá Rocha, irmão do governador Cláudio Castro (PL).
As medidas foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da Operação Sétimo Mandamento, que investiga o pagamento de propina em contratos destinados a redutos eleitorais.
“Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, que totalizam mais de R$ 70 milhões”, afirmou a PF em nota.
Ainda segundo a corporação, os crimes envolveram a execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel, entre os anos de 2017 e 2020. As investigações identificaram que a organização criminosa penetrou nos setores públicos assistenciais no Rio de Janeiro, fraudando licitações e contratos.
“O grupo obteve vantagens econômicas e políticas indevidas, pois procurou direcionar a execução dos projetos sociais para seus redutos eleitorais, aproveitando-se também da população mais necessitada”, explicam os investigadores no comunicado.
Além de Sarciá, que é presidente do Conselho de Administração da Agência Estadual de Fomento (Agerio), também sofreram buscas Astrid de Souza Brasil Nunes, subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo, e Allan Borges Nogueira, gestor de Governança Socioambiental da Cedae. A informação dos alvos foi confirmada site G1 com fontes da PF sob anonimato. Oficialmente a PF ainda não comunicou quem são os alvos da operação.
Em abril, o ministro Raul Araújo, do STJ, autorizou a abertura de um inquérito para investigar Cláudio Castro por suspeita de envolvimento em esquema de corrupção envolvendo o setor assistencial do Rio de Janeiro. As suspeitas datam da época em que Castro era vereador da capital e também do período em que ocupou a cadeira de vice-governador.
Castro e Sarciá não comentaram a operação.
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