Política
Bolsonaro é ‘covardão’ e interrogatório no STF mostrou sua ‘desfaçatez’, diz Lula
O presidente ainda condenou as ações de deputados bolsonaristas e disse que Minas não merece Nikolas ou Cleitinho


O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira 12 que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou sua “desfaçatez” durante o interrogatório no Supremo Tribunal Federal nesta semana. Bolsonaro prestou depoimento como réu pela tentativa de golpe de Estado.
Citando políticos que usam as redes sociais para espalhar mentiras, Lula comentou sobre Bolsonaro: “O ex-presidente mentia 11 vezes por dia. Vocês viram a desfaçatez dele no depoimento? O País não merece isso. Esse País é um País de gente séria”, disse.
“Você vê que ele é um covardão, viu o depoimento dele, estava com os lábios secos, estava quase se se borrando. É muito fácil ser corajoso dentro de casa, no celular, falando mal dos outros”, afirmou.
O presidente ainda comentou sobre os bons índices econômicos do governo em comparação com a gestão anterior e criticou a onda de privatizações. “Nesse País só o que eles queriam fazer é vender ativos das empresas públicas. Era fazer o que fizeram com a Eletrobras, privatizar a Petrobras, como fizeram com a BR [Distribuidora]”, continuou.
Em seu discurso, Lula condenou os deputados bolsonaristas que têm acumulado ofensivas contra o governo, especialmente contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi hostilizado na Câmara nesta semana. “Depois desse governador que eu não vou falar o nome, esse estado não merece um Nikolas [Ferreira, do PL] ou um Cleitinho [Azevedo, do Republicanos]. Não merece”, disse.
Mais cedo, Lula já tinha se mostrado descontente com a postura de deputados e senadores de oposição em atacar ministros do governo durante audiências no Congresso, citando um “clima muito ruim”.
As falas de Lula foram em Contagem (MG), durante entrega de mais de 300 equipamentos agrícolas a municípios do estado. Também estiveram no evento o ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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