Política

Internação de crianças e adolescentes na UTI por Covid dispara 61% em SP

Enquanto isso, a deputada Carla Zambelli, da tropa de choque bolsonarista no Congresso, tenta suspender a vacinação infantil

Uma criança recebe a dose da Pfizer na França. Foto: SEBASTIEN BOZON / AFP
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O governo de São Paulo informou nesta quarta-feira 19 que subiram 61,3% nos últimos dois meses as internações de crianças e adolescentes em leitos de UTI por Covid-19.

“Temos visto que a população ainda não vacinada e mais vulnerável, aqueles menores de 17 anos, tem tido uma elevação significativa do período de 15 de novembro até 17 de janeiro”, disse em entrevista coletiva o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn. No período, o número de crianças e adolescentes internados disparou de 106 para 171.

“Os dados evidenciam que a nova variante Ômicron do novo coronavírus está contaminando rapidamente nossas crianças e que a vacinação é urgente e fundamental para prevenir casos graves, internações e óbitos nessa população.”

O governo de João Doria espera que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária libere nos próximos dias a aplicação da Coronavac em crianças de 3 a 11 anos. Por enquanto, a faixa etária de 5 a 11 anos pode receber apenas as doses pediátricas da Pfizer.

O Instituto Butantan diz ter 15 milhões de doses da Coronavac prontas para utilização em crianças, caso a Anvisa conceda o aval.

A imunização infantil, no entanto, não avançará sem superar novos obstáculos. A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), integrante da tropa de choque bolsonarista no Congresso Nacional, pediu ao Ministério da Saúde e à Anvisa a suspensão da vacinação de crianças e adolescentes.

Um dos “argumentos” da parlamentar é o fato de pouco menos de 50 crianças terem recebido, equivocadamente, doses para adultos em uma UBS de Lucena, Região Metropolitana de João Pessoa (PB).

No ofício, Zambelli afirma que, “tendo em vista o princípio da proteção integral da criança e do adolescente, em nossa perspectiva revela-se como prudente a suspensão temporária da vacinação de crianças e adolescentes até a completa investigação dos casos relatados”.

O documento também foi encaminhado à Secretaria de Saúde da Paraíba, à Secretaria de Saúde de Lucena e ao Ministério Público Federal.

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