Inpe deve perder ’em torno de 15%’ do orçamento, prevê Marcos Pontes

Fala acompanhou resultados do monitoramento do desmatamento na Amazônia, que bateu maior índice em 12 anos

O Ministro Marcos Pontes. Foto: Leonardo Marques/ASCOM/MCTI

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O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Marcos Pontes afirmou que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) deve sofrer um corte de 15% em 2021 devido a “razões óbvias” ligadas ao “aperto fiscal” para o próximo ano.

 

“Provavelmente ano que vem, nós teremos sim uma redução de orçamento, não vou conseguir proteger o orçamento da maneira como está. Provavelmente [o corte será] em torno de 15% é o que a gente está estimando, lembrando que ainda não temos os números completos”, afirmou.

A declaração foi feita na segunda-feira 30, durante uma participava de coletiva para anunciar o índice de desmatamento na Amazônia nesse ano. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, a Amazônia perdeu 11.088 km² em mata verde – o índice é o maior desde 2008, com aumento de cerca de 9,5% na comparação com o período anterior.

“Para o ano que vem a expectativa não é boa. Por razões óbvias, todo mundo tem acompanhado o aperto fiscal que nós temos, essas restrições todas, não é só o Ministério de Ciências e Tecnologia, todos os ministérios passam ou vão passar pelo mesmo aperto ano que vem”, disse.

O Inpe é o responsável por acompanhar e compilar, diariamente, os índices de desmatamento na Amazônia Legal e no Cerrado. Também investe em pesquisa e desenvolvimento de satélites de observação espacial, no monitoramento na Antártica e em indicadores sobre mudanças climáticas e meteorologia.


O órgão já foi alvo de Jair Bolsonaro em 2019. O presidente afirmou, sem provas, que os dados sobre desmatamento foram divulgados pelo Inpe para prejudicá-lo. À época, o então diretor Ricardo Galvão foi exonerado após criticar essas declarações.

 

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