Política

Indicado por cota partidária, ministro da Integração Nacional diz que não irá se filiar ao União Brasil

Ao anunciar nome, Lula disse que pedetista Waldez Góes assumiria articulação política com o partido no Congresso

Waldez Góes e Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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Indicado para assumir o Ministério da Integração Nacional na cota do União Brasil, o ministro Waldez Góes disse que não irá se filiar ao partido. O anúncio contraria as expectativas de parlamentares e aliados do senador  (União-AP), a quem coube afiançar a escolha para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles esperavam que o novo dono da pasta cerraria as fileiras da legenda para negociar com o Congresso.

Ao anunciar que Góes seria seu ministro, Lula chegou a afirmar que ele seria o responsável pela articulação política com as bancadas do União no Senado e na Câmara.

O ministro, porém, diz que apenas se licenciou do PDT, partido do qual é filiado desde 1989, por uma questão “ética”, e que não pretende mudar de sigla. Góes foi governador do Amapá pelo partido por quatro mandatos.

— Não sei por que isso foi colocado, mas não vou me filiar ao União Brasil. Não houve essa condição. Apenas me licenciei do meu partido, por uma questão ética. Fui indicado pela bancada do Senado do União — disse o ministro ao GLOBO.

Procurado, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar (União-PE), disse não ter informações sobre a filiação ou não do novo ministro. Afirmou ainda que nem sequer conversou se caberia a ele fazer a articulação política do novo governo com o partido.

— Eu não sei se ele vai se filiar ou não porque eu ainda não conversei com ele. Não tratei ainda do assunto. Vou ter ainda muitas conversas para tratar do assunto do partido. Nós temos que conversar ainda. Estou evitando ainda dar declarações porque não tenho novidade — disse Bivar ao GLOBO.

No dia da posse de Lula, Góes já dizia a aliados que não teria como se desfiliar da legenda da qual é filiado há 30 anos.

Luciano Bivar também fez um relato sobre como foi feita a indicação dos três ministros do União Brasil após o veto ao deputado Elmar Nascimento (União-BA). Favorito para ocupar a pasta que acabou nas mãos de Góes, o parlamentar foi barrado após forte pressão do PT da Bahia. Depois disso, Elmar afirmou que os parlamentares da sigla seriam independentes.

— O Alcolumbre foi no dia anterior à indicação levando os nomes e pedindo o aval para mim. E em nenhum momento eu vetei Waldez, Daniela (do Waguinho) ou Juscelino (Filho) — disse Bivar, se referindo ainda aos ministros de Turismo e Comunicações, esses sim filiados ao União.

Segundo Bivar, no dia seguinte, o ministro das Relações institucionais, Alexandre Padilha, perguntou se ele estava de acordo. Ele disse que sim.

— E aí também falei com Lula. Falei com Lula que os nomes tinham o meu aval. Mas disse também que o União ainda não estava na base do governo, porque ainda precisava falar com a minha bancada (da Câmara) — afirmou Bivar.

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