“Inaceitável a extrema violência com Cid Gomes”, diz Camilo Santana

Governador do Ceará repudiou ataque a tiros contra senador e disse que 'crimes não ficarão impunes'

Foto: José Cruz/Agência Brasil

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O governador do Ceará, Camilo Santana (PT-CE), classificou como “inaceitável” o episódio em que o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi vítima de dois tiros de arma de fogo na cidade de Sobral, durante protesto de policiais.

Em nota, o petista afirmou que os grevistas agiram como “criminosos” e disse que não ficarão impunes.

“Inaceitável a extrema violência sofrida pelo senador Cid Gomes, atingido por dois tiros, hoje, em Sobral. Violência provocada por um grupo de policiais mascarados, amotinados num quartel. Reforço que já havia solicitado formalmente apoio de tropas federais para o Ceará aos ministros Luiz Eduardo Ramos e Sergio Moro, para uma ação enérgica contra essas pessoas que tem agido como criminosos”, disse o governador.

Santana completou a nota afirmando que não medirá esforços para “restabelecer a ordem e garantir a paz da população cearense”.

Inaceitável a extrema violência sofrida pelo senador Cid Gomes, atingido por dois tiros, hoje, em Sobral. Violência…


Posted by Camilo Santana on Wednesday, February 19, 2020

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também se pronunciou. O senador escreveu, em sua rede social, que acompanha “com preocupação” os desdobramentos do ocorrido.

Cid Gomes foi baleado quando tentou furar um bloqueio feito por policiais que protestavam por aumento salarial, no 3º Batalhão de Polícia Militar. O senador pilotava uma retroescavadeira, quando tiros foram disparados na direção do veículo e quebraram seus vidros.

Segundo nota da assessoria, o parlamentar passa por estabilização no Hospital do Coração de Sobral e será transferido para a Santa Casa de Misericórdia de Sobral.

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará informou que o crime contra Cid Gomes está sendo investigado pelo Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Sobral da Polícia Civil. A Polícia Civil atua em conjunto com a Polícia Federal. Segundo a Secretaria, uma equipe do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da PF, composta por agentes peritos e papiloscopistas, está se deslocando para o município.

 

As reivindicações por melhoria salarial começaram ainda em dezembro do ano passado, quando alguns policiais fizeram paralisações. Por lei, a categoria é proibida de fazer greves. Este ano, em janeiro, o governo anunciou um pacote de reajustes para os soldados, porém, no dia de ser levado para votação na Assembleia Legislativa, policiais e bombeiros contestaram a proposta e pleitearam aumentos maiores.

Em 13 de fevereiro, o governo anunciou acordo com a categoria e promoveu aumento salarial, mas um grupo dissidente ficou insatisfeito com o pacote oferecido. Desde então, policiais já foram presos, e batalhões da Polícia Militar do Ceará receberam ataques de homens encapuzados em carros da PM, que também ordenaram o fechamento do comércio local.

 

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